O príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança.
FOTO: Reprodução-Internet
O príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, segundo na linha de sucessão ao trono, caso o Brasil volte ao Império, visitará o Cariri este mês. A visita foi tema de debate na Câmara de Vereadores de Barbalha e gerou repercussão além da Casa. Esta não é a primeira vez que o príncipe vem ao Cariri. Dom Bertrand, que é trineto de Dom Pedro II e bisneto da Princesa Isabel, já visitou o Município anteriormente. Barbalha, que já prestou homenagem à sua pessoa, foi a única cidade no país a apresentar maioria de votos favoráveis à Monarquia, no plebiscito que levou os brasileiros às urnas para decidir sobre o regime de representação do país, em 1993.

Nascido no exílio, na França, Dom Bertrand voltou ao Brasil com quatro anos de idade. Conforme o príncipe cita no vídeo do I Encontro Monárquico, foi em Barbalha que ele recebeu o primeiro título de cidadão honorário no Brasil. Seu retorno às terras caririenses é esperado pelos monarquistas com estusiasmo. Sua última visita à região foi ainda em 2012. Agora, participará do I Encontro Monárquico do Cariri, organizado pelo Círculo Monárquico do Cariri e apoiado pela Organização Império do Brasil (OIB), no dia 24 de março, em Juazeiro do Norte.

Em sessão da Câmara de Vereadores, em Barbalha, o vereador Tárcio Honorato apresentou requerimento de Título de Cidadão Barbalhanse ao príncipe Dom Bertrand. O edil solicitou, também, à Secretaria de Meio Ambiente, a aquisição de cinco palmeiras imperiais para que fossem plantadas até a visita de Dom Bertrand. Tais pedidos, que receberam maior quantidade de votos contrários, geraram polêmica entre os vereadores presentes e entre a população, que, em redes sociais, se dividiu.

Na ocasião da sessão, o vereador Dorivan Amaro foi um dos que mostrou ser contra os requerimentos e disse não ver necessidade de fazer homenagem a nenhum tipo de oligarquia. “Precisamos de liberdade, de uma democracia. Ainda mais um negócio de rei, para pedir homenagem a essas pessoas?”, questionou, ao dizer que seu voto era contra. Mediante as críticas, o vereador Tárcio apresentou argumentos que apontaram o porquê de defender a Monarquia, mas foi uma fala em especial que chamou atenção e causou desconforto e mais críticas à suas propostas.

Em seu discurso de apresentação dos requerimentos, após Dorivan mostrar sua insatisfação com o que fora apresentado, o edil falou que Dorivan devia agradecer pelo fato de a princesa Isabel ter proclamado a abolição da escravatura, pois, se não fosse por ela, atualmente ele seria um escravo. Nas redes sociais, enquanto uns ficaram ao lado de Tárcio, dizendo que ele estava apenas citando um fato histórico, outros o criticaram e o chamaram de racista.

Sobre a polêmica, Tárcio disse que houve má interpretação de sua mensagem e que sua intenção não foi ser racista ou preconceituoso. Ele pediu desculpas e enfatizou que não quis atingir a imagem de ninguém da Casa ou de pessoas externas. Na sessão seguinte, Dorivan afirmou ter sido procurado por grupos de movimentos negros e até por advogados renomados do Ceará para tomar medidas jurídicas contra Tárcio. Apesar disso, Dorivan aguardou um posicionamento em que Tárcio explicasse melhor o que quis transmitir com sua mensagem e informou não ter intenção de processo direcionado a ele, mas que tomará medidas contra outras pessoas.

(Jornal do Cariri)

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