FOTO: Marcello Casal Jr-Arquivo Agência Brasil
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Com
a chegada do inverno, estação que começa, no Brasil, em 21 de junho; as
mudanças de temperatura trazem consigo uma baixa geral na imunidade da
população, causando doenças gripais e respiratórias sobretudo em crianças e
idosos. A principal forma de prevenção para uma das viroses que predominam no
período, a influenza - cuja complicação pode levar à pneumonia -, é a
vacinação. Em Fortaleza e em todo o País, a campanha de imunização tem início
no próximo dia 23 e segue até 1º de junho, de acordo com a Secretaria Estadual
da Saúde (Sesa), sendo dia 12 de maio o dia 'D' de mobilização.
Conforme
a Pasta, 2.286.637 doses serão distribuídas aos 184 municípios cearenses, para
atender o público-alvo, composto por crianças de seis meses a cinco anos de
idade, idosos, profissionais da saúde, grávidas, puérperas (mulheres que
tiveram filhos há até 45 dias), internos e funcionários dos sistemas prisional
e socioeducativo, indígenas e pessoas com doenças crônicas. A meta estipulada
pelo Ministério da Saúde, segundo a Sesa, é de que pelo menos 90% dos grupos de
risco recebam a dose - o que corresponde, no Ceará, a um total de 2.057.973 de
pessoas vacinadas.
Para
o infectologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Robério
Leite, a eficácia da vacina é variável, porque os vírus da influenza modificam-se
ano a ano. Apesar disso, frisa o especialista, a vacina trivalente - que
protege contra os vírus das influenzas A (H1N1), A (H3N2) e um tipo da B - é a
maneira mais eficaz de prevenir a gripe. "Quando falamos de uma infecção
que atinge milhões de pessoas e que pode ter complicações, uma média de 40% de
eficácia já é bastante positiva", salienta o médico, desmistificando o
receio que as pessoas têm quanto às "reações" à imunização.
"Eventos
adversos são raros. É uma vacina segura, porque é inativada: ou seja, não é
feita com vírus enfraquecido, mas morto. O mito de que a dose causa a própria
gripe é devido ao período em que é feita a campanha de vacinação, quando aqui
no Ceará os vírus já estão circulando. Muita gente que toma a vacina já está
com o vírus incubado, e isso diminui a eficácia", explica Leite,
destacando que a maior proteção da imunização ocorre após cerca de um mês da
aplicação da dose.
Complicações
A
prioridade para a vacinação dos grupos de risco é justificada: em pessoas
situadas nos extremos de idades, como crianças e idosos, a influenza pode
evoluir para uma enfermidade mais complicada. "Existe uma forte relação
entre a gripe e bactéria pneumococo, causadora da pneumonia. Como a influenza
leva a problemas respiratórios, você perde uma proteção natural, o que facilita
a entrada das bactérias no aparelho respiratório. Às vezes nem se consegue
separar a doença viral da bacteriana, uma predispõe a outra", analisa o
infectologista.
Segundo
o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2017, foram registrados no
Ceará 150 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), quatro deles
causados pela influenza B - tipo de gripe que levou, ainda, 23 pessoas a óbito.
Em 2016, foram 40 mortes e mais 527 casos de SRAG , sendo dois deles - mas
nenhuma morte - pelo tipo B da influenza. Ainda conforme Ministério, embora o
número absoluto de casos e mortes não tenha aumentado no Ceará, os dados
mostram o crescimento da circulação da cepa B no Estado.
Questionada
sobre os dados relacionados à doença em 2018, a Sesa informou que "ainda
está realizando levantamento". Neste ano, prevê o infectologista Robério
Leite, os casos de influenza A causada pelo vírus H3N2 devem aumentar -
entretanto, não há motivo para pânico.
Medidas
"Já
circulam áudios nas redes sociais de pessoas afirmando que o vírus é letal e
que deve haver uma grande epidemia. Não é verdade, não é preciso alarme. O
importante é focar nas medidas preventivas como a vacina", destaca o
médico, apontando ações básicas como eficazes para a prevenção. "Pessoas
gripadas têm que lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel, espirrar e
cobrir a boca com o cotovelo, e não com as mãos; e não ir à escola ou trabalho
se apresentar sintomas gripais". (Diário do Nordeste)
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