Situação do Açude Gavião, localizado
na cidade de
Pacatuba, na tarde dessa
terça-feira, com 82,31% da sua capacidade.
FOTO: Kid
Júnior
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A
medida que o último mês da quadra chuvosa no Ceará avança, aumenta a
preocupação quanto à incidência de novas precipitações no decorrer do ano.
Contudo, os aportes registrados desde o início de 2018, já ultrapassando os 2
bilhões de metros cúbicos (m³) de água até o momento, garantem o abastecimento
humano até o fim do ano em todo o Estado, na avaliação da Companhia de Gestão
de Recursos Hídricos (Cogerh).
A
Bacia Metropolitana, responsável pela água que chega à Capital e aos municípios
da Região Metropolitana (RMF), conta hoje com 32,11% de seu volume máximo,
segundo relatório do órgão.
Olhando
especificamente para o sistema integrado formado pelos açudes Pacajus, Pacoti,
Riachão e Gavião, o volume atual, segundo destaca o presidente da Cogerh, João
Lúcio Farias, chega a 37,8%. "Em maio de 2017 eles estavam com 48,7% e
iniciaram este ano com 20,9%. Mesmo com o inverno reduzido, o sistema continua
pegando alguma água", comenta.
A
necessidade do complemento oriundo da Bacia do Jaguaribe, principalmente do
Açude Castanhão, segundo Farias, continuará por enquanto. O reservatório, o
maior do Estado, chegou a ter apenas 2,65% de sua capacidade máxima no começo
do ano e, ontem, registrava 8,7% de seu volume total. "Então, o sistema
metropolitano conta hoje com essa reserva, mas também com o aporte que houve no
açude Castanhão. Portanto, temos condição de atravessar esse ano, mas, claro,
que contando com todas as ações que a gente vem fazendo até aqui".
Entre
elas, segundo reforça o presidente da Cogerh, está a cobrança da Tarifa de
Contingência e as ações para novas alternativas de abastecimento, como o
aproveitamento das águas do Maranguapinho, a perfuração de poços integrados ao
sistema metropolitano na região do Pecém e da Taiba, assim como o projeto de utilização
das águas da barragem do Rio Cocó. A expectativa da pasta é que as obras para
essa integração aconteçam ainda durante este ano.
Os
155 reservatórios monitorados pela Cogerh concentram, atualmente, 16,9% da
capacidade total do Estado. Destes, 18 estão sangrando, 28 possuem volume acima
de 90%, 83 estão com armazenamento inferior a 30% e 24 atingiram o volume
morto. Outros setes estão completamente secos.
Entre
as bacias, a do Banabuiú está em pior situação, com apenas 9,93% de seu volume
máximo. "Numa situação dessa, o ideal é que chegasse a 30% para dar uma
condição melhor de operação dos reservatórios. Essa bacia vai ser priorizada
para o abastecimento humano e haverá restrição em outras atividades, como a
irrigação. Estamos com uma garantia maior para o abastecimento humano em todas
as bacias hidrográficas", destaca o presidente da Cogerh.
Acima da
média
O
prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) indicava, de
fevereiro a abril deste ano, uma probabilidade de 40% de chuvas acima da média
histórica, 35% em torno da normalidade e 25% de chances de serem abaixo do
normal. Já de março a maio, o prognóstico indicava 45% de probabilidade acima
da normal climatológica.
O
observado até o momento aponta resultados bem variáveis. A média histórica de
fevereiro, que é de 118.6 milímetros de chuva, de acordo com a Funceme, foi
superado em 58,4%. O acumulado no período foi de 187.9 milímetros.
Diminuiu
Em
março, no entanto, o volume diminuiu para 120.2 milímetros, um desvio negativo
de 40,9%, uma vez que a média histórica do mês é de 203.4 milímetros. Abril,
por sua vez, choveu 212.8 milímetros, total 13,2% acima do esperado para os 30
dias, com média histórica de 188 milímetros. (Diário do Nordeste)
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