O
Operador Nacional do Sistema (ONS)
fará operação
especial para aumentar a carga de energia do Sistema
Interligado Nacional (SIN) durante os jogos
do Brasil na Copa do Mundo da Rússia, que começa no dia 14 de
junho. A medida foi anunciada hoje (6) pelo Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico (CMSE), responsável por avaliar as condições do suprimento
eletroenergético em todo o território nacional.
O
objetivo é reforçar o fornecimento de energia no período do evento e evitar possíveis apagões,
como o que ocorreu em março, quando houve interrupção em 13 estados das
regiões Norte e Nordeste e afetou estados do Sul e Sudeste, deixando
mais de 70 milhões de pessoas sem energia.
Na
reunião, o ONS informou que a operação especial terá início duas horas antes e finalizará duas horas depois
dos jogos do Brasil e de outros eventos identificados como
de grande relevância, tais como cerimônia de abertura e o jogo final. O
primeiro jogo do Brasil é contra a Suíça no dia 17 de junho.
“Destacam-se
medidas como maior número de unidades geradoras sincronizadas em usinas
hidrelétricas, visando preservar o equilíbrio entre carga e geração durante as
rampas de consumo no intervalo e no fim dos jogos, reforço das equipes de
plantão nas instalações estratégicas, programação diferenciada dos intercâmbios
regionais e das manutenções previstas para as instalações de transmissão,
buscando aumentar o grau de segurança do sistema frente a perturbações”,
informou o CMSE.
Chuvas
Na
avaliação do comitê, o mês de maio apresentou volume de chuvas abaixo da média histórica,
por causa de um sistema de alta pressão sobre boa parte do país, o que fez com
que apenas duas frentes frias avançassem pela Região Sul e atingissem o sul da
Região Sudeste. Assim, o acumulado de chuvas não foi suficiente para atingir a
média nas principais bacias hidrográficas.
Em
termos percentuais, o comitê destacou que o volume de energia que pode ser gerado
a partir da quantidade de chuvas em determinado local, chamado Energia Natural
Afluente (ENA)
bruta, chegou a 78% no Sudeste/Centro-Oeste em maio, 36% no Sul, 36% no
Nordeste e 83% no Norte. Quanto maior a ENA, maior a quantidade de energia
possível de ser produzida.
“A
ENA das bacias dos rios Grande, Paranaíba, São Francisco e Tocantins, que
juntos concentram cerca de 80% da capacidade de armazenamento do SIN, no mês de
maio de 2018 se configuraram como o 2º pior, 4º pior, 3º pior e 13º pior valor
do histórico, respectivamente”, informou o comitê.
Com
isso, no mês, a ENA da região abrangida por essas bacias foi a terceira pior da história, e
a ENA de todo o SIN também foi a terceira pior em 88 anos.
Para
os próximos sete dias, é esperada precipitação de intensidade fraca nas bacias
do subsistema sul e nas bacias dos rios Tietê, Grande, Paranapanema e no trecho
incremental à Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Apesar
da baixa ocorrência de chuvas, o CMSE descartou a possibilidade de falta de
energia no país. Para o período, está garantido o suprimento eletroenergético
do sistema, com o uso de termelétricas.
(Agência Brasil)
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