O Ceará, pelo segundo ano, aparece como
o primeiro do ranking entre os demais estados
do Nordeste em taxa de escolarização no
Ensino Médio. FOTO: JL Rosa
O índice positivo mereceu destaque no portal do Governo do Ceará. Dos alunos matriculados no ensino médio, entre 15 e 17 anos, houve um crescimento de 3,6% pontos percentuais. A diferença surge do comparativo entre os números de 2016 e 2017, respectivamente, 82,6% e 86,2%. O dado mais recente coloca a educação cearense à frente da nordestina, que marcou 86,1% no acumulado do ano passado. Os números atualizados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2017, elaborada pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).

O mesmo estudo, divulgado neste ano, aponta que a taxa de escolarização líquida, quando são confrontados número de matrículas de alunos entre 15 e 17 anos e a população total da faixa etária, atingiu 68,55% de inseridos no Ensino Médio.

A porcentagem coloca o Ceará, pelo segundo ano, como o primeiro do ranking entre os demais estados do Nordeste, a exemplo do Maranhão (62,24%) e Pernambuco (61,84%), que vêm logo atrás. No balanço geral do Pnad, a escolarização líquida passou do vermelho para o azul em 2017, tomando por base a baliza nacional. O Brasil registrou 68,37%, em dados oficiais.

"Esse indicador pode ser associado a essa política de cooperação com os municípios, que melhorou o fluxo escolar, com os estudantes alfabetizados na idade certa. Eles passam a ter uma vida escolar regular e permanecem mais tempo na escola, ao invés de sair dela. A redução de abandono, que é gerado por esse trabalho, pode explicar em boa parte sobre o aumento desse indicador", declarou o titular da Secretaria de Educação do Ceará, Rogers Mendes. O Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece) e o Prêmio Escola Nota 10 estão entre as iniciativas para os avanços.

Desafios
Apesar do crescimento de alguns indicadores, restam desafios a superar a nível estadual. Rogers Mendes reconhece que o fluxo de alunos ainda é uma carência a ser resolvida, apesar de se tratar de um problema nacional. "Quando acontecem sucessivas reprovações, eles saem da escola e não chegam no Ensino Médio. A gente precisa garantir que eles concluam o Ensino Fundamental, para ingressarem no Ensino Médio, e que terminem essa etapa", diz.

Além de garantir a alfabetização de crianças aos 7 anos, é preciso redobrar a atenção do sexto ao nono ano, que vai dos 11 aos 14 anos. "É onde acontecem os maiores registros de abandono precoce da escola. É intensificar as ações para fortalecer o ensino neste período da fase escolar", alertou o secretário estadual de Educação.

Analisado
A professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, Adriana Eufrásio Braga, doutora em Educação também pela UFC, acompanha o processo de escolarização cearense, todavia, faz ponderações. "A melhoria de indicadores educacionais deve ser reconhecida, entretanto, é preciso que seja analisado em quais cenários escolares foram diagnosticadas as melhorias para que sejam replicadas em todo o conjunto do Estado", afirma.

Para Adriana Eufrásio, um ponto central precisa ser ampliado, para melhor êxito das práticas: a qualificação do ensino. "A formação dos professores, buscando uma avaliação das práticas pedagógicas exitosas e que sejam replicadas", diz a doutora em Educação, que espera novos resultados positivos. "Tivemos melhorias nos últimos anos, houve investimentos em infraestrutura e várias inovações, mas acho necessário avaliar a contribuição efetiva de cada ação para não termos tantos dados e indicadores que não foram estudados com maior profundidade", diz.     (Diário do Nordeste)

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