O
volume de água consumido no mês de abril de 2018, segundo a Companhia de Água e
Esgoto do Ceará (Cagece), teve uma redução, se comparado com igual período dos
quatro anos anteriores, antes do agravamento da crise hídrica. 10,57 m³/s foi o
consumido em abril deste ano, apontando menos 21%, se comparado a abril de
2014, que teve 13,37 m³/s de consumo.
A
redução passou a ser mais significativa em 2016, após a implantação da tarifa
de contingência, em dezembro do ano anterior. Dessa forma, em abril de 2016, o
consumo de água caiu de 13,37 m³/s para 11,62 m³/s. Desde então, o número
continuou a diminuir, chegando a 10,49 m³/s, em 2017.
A
cobrança da tarifa de contingência foi autorizada devido ao agravamento da
crise hídrica. O plano surgiu como tentativa de estimular a população a
diminuir o consumo de água e atinge 17 municípios. De janeiro de 2016 a abril
de 2018, a Cagece afirma ter arrecadado R$ 228,8 milhões. A tarifa deve
permanecer, pelo menos até junho de 2019, período em que a empresa espera
arrecadar mais R$ 184 milhões. Já foram investidos R$ 146, 9 milhões no Plano
de Segurança Hídrica do Estado, conforme a Cagece, na retirada de vazamentos,
por exemplo.
Outra
forma de economizar a água de forma eficiente está sendo estudada pelo Grupo de
Pesquisa em Telecomunicações sem Fio (GTEL), da Universidade Federal do Ceará
(UFC). Considerando que grande parte do desperdício é provocada por ligações
clandestinas ou vazamentos no sistema de distribuição de água, a ideia é usar
pequenos sensores, que seriam depositados nas tubulações de abastecimento,
onde, segundo o Grupo de Pesquisa, a perda da água geralmente acontece,
sobretudo por conta de vazamentos entre um ponto e outro do sistema.
Lá,
os sensores transmitiriam informações sobre a água, como volume e qualidade,
para servir de indicadores do que pode ter ocorrido no trajeto do recurso
hídrico. "A partir disso, a gente pode tentar prever ou inferir onde está
tendo algum grau de perda dessa água ou se está tendo um furo no sistema de
distribuição", explica o professor Charles Casimiro, do Departamento de
Engenharia de Teleinformática.
Segundo
o professor, os sensores ainda estão sendo desenvolvidos por algumas empresas,
mas não de forma comercial. O projeto da UFC trabalha na transmissão dos dados
capturados pelos sensores com o intuito de flexibilizar e facilitar o processo
de coleta dos dados.
A
aplicabilidade dos sensores colocaria em questão vários aspectos, como
interesses econômicos. Mas Charles afirma que teria toda a condição de a Cagece
usar o equipamento. O benefício visualizado pelo projeto é um monitoramento
mais preciso da distribuição de água, em que a Cagece não precisaria paralisar
o fornecimento de água em todo bairro, por exemplo, para identificar algum vazamento. (Diário do Nordeste)
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