Nos
últimos seis meses, o Ceará cresceu quase 57% em relação à potência instalada
de geração distribuída solar fotovoltaica. De acordo com dados da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a capacidade em novembro do ano passado
era de 10,9 megawatts (MW), enquanto em junho de 2018 passou para 17,1 MW.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o
Ceará está posicionado em quinto lugar no País e em primeiro no Nordeste,
representando 6,3% da potência nacional instalada.
O
estado de Minas Gerais lidera neste quesito, com uma capacidade instalada de
60,6 MW. Em seguida, aparecem o Rio Grande do Sul (38,6 MW), São Paulo (34,6
MW), Santa Catarina (17,3 MW), Ceará (17,1 MW), Paraná (15,5 MW), Rio de
Janeiro (14,5 MW), Goiás (9,4 MW), Pernambuco (7,9 MW) e Bahia (6,5 MW).
Segundo
dados da Aneel, o Ceará possui aproximadamente 1.040 unidades consumidoras com
geração distribuída, espalhadas por diversas cidades do Estado, como Fortaleza,
Eusébio, brejo Santo, Trairi, Maracanaú, Barbalha, Russas, Iguatu, Sobral, Icó,
Beberibe, Juazeiro do Norte, São Gonçalo do Amarante, entre outros municípios
cearenses.
Brasil
De
acordo com documento da Absolar, o País conta atualmente com uma potência
instalada de 1,3 mil MW em usinas e sistemas solares fotovoltaicas de médio a
grande porte, o que representa 0,8% da matriz elétrica nacional. "O Brasil
fechou 2017 com R$ 5,5 bilhões em investimentos no setor solar fotovoltaico,
com a criação de cerca de 20 mil empregos. Até o fim de 2018, a expectativa é
que entre em operação 1,1 mil MW adicionais das usinas solares fotovoltaicas
dos leilões de energia de reserva de 2014 e 2015", acrescenta o relatório.
O documento ainda afirma que os investimentos acumulados no Brasil neste
segmento são de aproximadamente R$ 20 bilhões até o fim deste ano.
Novas
condições
As
mudanças ao Programa Fundo Clima, anunciadas no início deste mês pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), representam um avanço
para a fonte solar fotovoltaica no Brasil. Segundo o presidente da Absolar,
Rodrigo Sauaia, as novas condições de financiamento estão entre as mais
competitivas do mercado para projetos de energia solar fotovoltaica. "O
BNDES confirmou financiamentos de até 80% dos sistemas solares fotovoltaicos
com equipamentos novos produzidos no Brasil, com taxas de juros entre 4,03% e
4,55% ao ano, prazo de amortização de até 12 anos e carência de até dois
anos", afirma.
"Estas
condições posicionam o banco como uma das melhores opções atualmente
disponíveis no Brasil para projetos solares fotovoltaicos e ainda ajudam a
promover a cadeia produtiva nacional", acrescenta.
O
executivo esteve com dirigentes do BNDES, destacando a importância da rápida
implementação da medida com os bancos repassadores dos recursos. "O
financiamento tem vigência imediata e será disponibilizado principalmente pelo
Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e por Bancos de Desenvolvimento
Regionais e Estaduais, em todo o território nacional. No entanto, é fundamental
que estes bancos regulamentem com rapidez a medida, para que a sociedade possa
acessar o crédito. Apesar do anúncio positivo do BNDES, recebemos informações
de nossos associados de que as agências bancárias ainda não estão operando as
linhas por falta de regulamentação interna", afirma Sauaia.
Recursos
da primeira fase
Para
a primeira fase do programa, que vigora até 28 de dezembro de 2018, estão
disponíveis mais de R$ 300 milhões em recursos orçamentários já alocados pelo
BNDES. Caso a demanda supere este valor, poderá ser realizada uma nova alocação
de recursos ao programa. "Já é um começo, mas precisaremos de mais
recursos para atender as expectativas da sociedade brasileira e para apoiar a
cadeia produtiva nacional".
(Diário do Nordeste)
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