As
aposentadorias com valor acima do salário mínimo receberão em 2019 uma correção
um pouco maior do que a aplicada neste ano. A Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) aprovada pelo Congresso prevê correção de 3,3% para os benefícios,
portanto, acima dos 2,07% de reajuste em 2018. O índice definido pelos
congressistas eleva o teto do benefício de R$ 5.645,80 para R$ 5.832,11.
O
reajuste definitivo, porém, somente será conhecido no início do ano que vem,
quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar a
inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medida
para famílias com renda de um a cinco salários mínimos, o índice oficial de
reajuste do benefício.
O
valor incluído na proposta orçamentária é, na verdade, uma expectativa, que tem
como base a projeção de inflação feita pelo Ministério do Planejamento ainda no
segundo bimestre deste ano. Na última sexta (20), porém, o Planejamento já
havia atualizado a previsão de alta no custo de vida para 4,2%.
Disparada
dos preços
A
mudança é consequência da disparada nos preços - principalmente dos alimentos -
no mês passado, após a paralisação de caminhoneiros e transportadoras entre o
final do mês de maio e o início de junho.
Em
um primeiro momento, a expectativa de um índice mais alto para a correção pode
parecer uma vantagem para aposentados e pensionistas, mas não é bem assim. O
acréscimo a ser aplicado no ano que vem nos benefícios será nada menos do que a
reposição do poder de compra perdido neste ano pelos segurados com o avanço do
custo de vida no País.
O
salário mínimo previsto na lei orçamentária de 2019 é de R$ 998, o que
representa reajuste de 4,6% em relação ao piso atual, de R$ 954.
O
acréscimo em relação ao INPC ocorre por dois motivos: além da inflação, o
reajuste do piso também conta com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
de dois anos antes (1%, em 2017) e o governo deverá compensar em 2019 o ajuste
feito abaixo da inflação neste ano.
Fórmula
85/95
Garantindo
ao segurado a opção de fugir do fator previdenciário e se aposentar com
benefício integral, a fórmula 85/95 completou três anos no mês passado. E quem
consegue esperar para completar o tempo pela regra mais vantajosa recebe, em
média, R$ 679,38 a mais.
O
85/95 começou a valer em 18 de junho de 2015. Desde então, 222.056 aposentados
no estado de São Paulo conseguiram benefício maior.
A
regra é usada para fugir do desconto do fator previdenciário e garante o valor
integral da aposentadoria a quem, na soma da idade com o tempo de contribuição,
atinge 85 pontos, no caso das mulheres, e 95, no dos homens.
Segundo
dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o valor médio dos
benefícios com 85/95 em 3 anos ficou em R$ 2.644,82. Já as aposentadorias por
tempo de contribuição com o fator foram, no ano passado, de R$ 1.965,44, em
média. Com o 85/95, o segurado ganha 34,5% a mais. (Diário do Nordeste)
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