O Ceará registrou, no primeiro semestre deste ano, a abertura de quase 36 mil empresas. Em relação a igual período do ano passado, o crescimento foi de 58,31%. A desburocratização do sistema, que facilitou o processo tanto de abertura quanto de encerramento de negócios, é apontada como principal responsável pelo avanço.

De acordo com dados da Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), foram 35.946 negócios formalizados no sistema do órgão de janeiro a junho deste ano. Em igual período de 2017, haviam sido 22.706 empresas abertas junto à Jucec.

O maior número de registros ocorreu em janeiro: 6.796 empresas abertas. Em fevereiro, o Estado contabilizou 5.257 novos negócios. Em março, foram 6.004; em abril, 6.008; no mês de maio, 6.254; e junho teve 5.633 novas empresas.

Em contrapartida, a facilidade também gerou aumento no número de encerramentos de empreendimentos. O mês de janeiro, somado ao período de março a junho, teve 13.358 empresas a menos no Estado. O número é 23,34% inferior a todo o primeiro semestre do ano passado, quando 10.830 empresas tiveram baixa. O dado foi levantado excetuando o mês de fevereiro, em que houve erro no sistema da Jucec e, portanto, desestabilizou o restante da somatória do primeiro semestre.

Burocracia
Outrora motivo de reclamação por parte dos empresários, abrir e fechar empresas no Ceará ganhou celeridade nos últimos meses. De acordo com a Junta Comercial do Estado, o processo de registro e formalização de negócios, utilizando o novo sistema, leva em média cinco dias.

Para dar baixa de uma empresa no sistema da Junta, é ainda menos tempo de espera: somente três dias, segundo o órgão.

Em funcionamento desde maio de 2017, o novo sistema da Junta permite, em cinco passos, abrir uma empresa e em quatro, encerrar as atividades do negócio de maneira formal.

Conforme a assessoria de imprensa da Junta Comercial, o procedimento em ambos os casos é similar, conforme pode ser conferido no quadro. Basta acessar o site da Jucec, clicar na opção "Portal de Serviços", fazer o cadastro inicial e, então, fazer a solicitação e enviar a documentação. No caso da abertura, é possível acompanhar o andamento das licenças. Quando for encerrar as atividades da empresa, a Jucec ressalta que é necessário buscar os demais órgãos em que está cadastrado, a depender da atividade da empresa, para realizar o procedimento completo.

A desburocratização do processo é elogiada pelo comércio local, que comemora. O presidente da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Ceará (Fecomércio), Maurício Filizola, ressaltou que as mudanças no sistema era aguardadas. Conforme ele, a melhoria permite ao empresário se dedicar a outras prioridades inerentes ao exercício do empreendedorismo. "É tudo que a gente esperava, facilita. O que buscamos, no dia a dia, e o que geralmente o empresário busca, até para dedicar mais tempo para produzir, é a desburocratização dos setores. A abertura de estabelecimento, o nascimento da empresa, se a gente faz de forma segura e rápida, ajuda muito ao mercado, ajuda ao consumidor, pois muitas vezes isso acaba tirando o ônus de um custo maior, da mesma forma que o fechamento", disse.

O presidente da Fecomércio criticou o processo anterior ao atual, que para ele era "suplício" para o empresário local. "Fechar empresa era um suplício em qualquer parte do País. Se por essas novas regras a facilitação veio, claro que temos que brindar. O empresário sempre fazendo sua parte, é necessário que haja, pelo poder público, visão para facilitar os processos, tanto para abrir como fechar com celeridade as empresas".    (Diário do Nordeste)

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