Cercado por aliados, Ciro Gomes discursou, ontem, a uma plateia de apoiadores no Pirata Bar, em evento chamado Movimento 12 Brasil. FOTO: Kleber A. Gonçalves |
As
declarações foram dadas em entrevista coletiva na noite de ontem, em evento de
mobilização nacional do PDT chamado Movimento 12 Brasil. O ato
político-cultural, realizado no Pirata Bar, na Praia de Iracema, teve
apresentações de artistas regionais e discursos políticos e reuniu, além do
presidenciável, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o presidente da
sigla no Ceará, deputado federal André Figueiredo, e o ex-governador Cid Gomes,
além do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
Também
estiveram presentes no evento a vice-governadora do Estado, Izolda Cela, os
presidentes da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal de Fortaleza,
Zezinho Albuquerque e Salmito Filho, respectivamente, além de outros deputados
federais e estaduais, prefeitos de municípios da Região Metropolitana de
Fortaleza e do Interior do Estado, vereadores e pré-candidatos do partido nas
eleições deste ano. De acordo com André Figueiredo, as mobilizações do
Movimento 12 Brasil ocorrerão, também, em Porto Alegre, em12 de agosto, e no
Rio de Janeiro, em 12 de setembro.
Ao
tratar de alianças, Ciro Gomes disse aos jornalistas que o "PSB tem sido
corretíssimo conosco", mas ponderou que, no cenário em que o PSB de São
Paulo quer aliança com o PSDB e, em Pernambuco, a legenda pessebista defende
coligação com o PT, é preciso ter "calma" e dar "tempo" à
sigla. "Essas coisas a gente tem que ter muita paciência, porque essa é
uma eleição complexa, é uma eleição geral, não é uma eleição só para presidente
da República, são 27 candidaturas a governador do Estado em 27 estados
diferentes".
O
pedetista disse, porém, estar "muito animado" com as tratativas não
só com o PSB, mas também com partidos do Centrão. No caso destes, ele citou que
siglas que compõem o governo federal têm sido "ameaçadas publicamente"
pelo presidente Michel Temer (MDB), que já sinalizou retirar cargos de legendas
da base aliada caso fechem aliança com Ciro, numa postura que chamou de
"crime eleitoral praticado à luz do dia". Segundo ele, contudo, tais
siglas poderiam fazer história ao fechar coligação com o PDT. "Seria a
primeira eleição desde a redemocratização em que nós conseguiríamos construir o
núcleo de poder, para sustentar um projeto nacional de desenvolvimento,
independentemente da confrontação odienta entre PSDB e PT, que só deu
protagonismo ao PMDB corrupto. Isso é o que está em discussão".
Convicção
Carlos
Lupi, por sua vez, disse que tem conversado diariamente com líderes do PSB e,
também, com o DEM, o PP, o SD e o PR, embora o diálogo com este seja, segundo
ele, "uma situação mais difícil, porque eles avançaram muito em outra
direção". Assim como Ciro, o dirigente nacional do PDT pregou cautela
sobre as negociações, mas disse ter "muita convicção que essa aliança com
o PSB vai se consumar". O candidato a vice da chapa só será fechado após a
oficialização de uma coligação.
"Eu
costumo dizer o seguinte: a legenda PDT mais PSB é uma fotografia que sequer
precisa ser explicada. Só as duas legendas juntas, que têm uma história de mais
de meio século, se explica", defendeu. Ele sustentou, ainda, que a
aproximação do PDT com o Centrão não distancia Ciro da centro-esquerda.
"Se fosse assim, a candidatura do Lula, com a presença do PR, de José
Alencar, seria uma candidatura de direita. Não existe isso, o que representa
uma candidatura são as ideias, os projetos". (Diário do Nordeste)
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