A seca já ocorre em praticamente todo o Ceará. É o que mostra o atual mapa da
cobertura vegetal do Estado, obtido por meio de monitoramento por satélite,
realizado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites
(Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Pela
imagem de satélite ao lado, é possível observar que, na maioria dos municípios
do Ceará, as áreas em vermelho indicam a ocorrência de seca grave; enquanto, em
amarelo, sinalizam para a condição de seca moderada. Apenas em alguns
municípios do Norte e do Noroeste do Estado, a vegetação está verde, ou seja,
as condições climáticas continuam favoráveis e a seca ainda não atingiu a
vegetação.
O
mapa mostra a rápida mudança ocorrida na vegetação do Ceará para a condição de
seca. No período de fevereiro a maio deste ano, o Estado registrou um
expressivo volume de chuvas. A Caatinga alcançou um alto nível de recuperação,
de modo que, em maio, o Ceará foi considerado o Estado que ficou mais verde no
Semiárido brasileiro. O atual avanço da seca ocorre porque o período da estação
chuvosa no Semiárido brasileiro foi encerrado no último mês de maio. A
tendência de falta de chuvas, perda na umidade dos solos e ressecamento da
vegetação da Caatinga avança em toda a região.
A
seca já atinge quase todos os municípios do Semiárido brasileiro, com exceção
das áreas de Zona da Mata, na Costa Leste do Nordeste, onde a vegetação está
verde e ocorre, no período de abril e julho, a estação chuvosa.
Pesquisa
Uma
pesquisa divulgada no último dia 5 de julho, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), sobre o Perfil dos Municípios Brasileiros
(Munic), mostrou que, no período de 2013 a 2016, em praticamente metade dos
5.570 municípios do País (48,6%) ocorreu algum evento de seca, totalizando
2.706 municípios a registrarem esses eventos climáticos.
O
estudo mostra que a maioria dos municípios afetados pela seca no Brasil (59,4%)
não conta com um instrumento orientado à prevenção de desastres naturais e
apenas 14,7% tem um plano específico de contingência e/ou de prevenção à seca.
A
região Nordeste, conhecida pelas secas frequentes, intensas e com profundos
impactos socioeconômicos, apresentou a maior proporção de municípios afetados
por esta tipologia de desastre natural (82,6%). No período de 2013 a 2016, o
Ceará foi o Estado do Nordeste a registrar maiores proporções de municípios
atingidos pela seca (97,8%), seguido pelo Piauí (93,8%), Paraíba (91,9%) e Rio
Grande do Norte (91,0%). (Diário do Nordeste)
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