Apesar do caminho ainda longo a ser percorrido, a proporção de mulheres à frente de micros e pequenas empresas no Ceará cresceu em quatro anos. Em 2012, apenas 25,2% dos empregadores em negócios desse porte eram do sexo feminino, enquanto 74,8% dos empregadores do sexo masculino dominavam essa posição. Em 2016, o abismo entre esses números começou a diminuir: 69,2% de empregadores homens e 30,8% de empregadoras mulheres, de acordo com dados que integram o Anuário do Trabalho nos Pequenos Negócios.

O estudo foi elaborado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e revela ainda que a proporção de mulheres também apresentou leve crescimento no trabalho por conta própria. Em 2012, elas eram 32,3% no Estado e eles eram 67,7%. Em 2016, elas passaram a ser 33,7% e eles eram 66,3% do total.

Na avaliação do assessor de Gestão e Estratégia do Sebrae-CE, Marcos Venícius Gondim, a proporção de mulheres na chefia de micros e pequenas empresas deve crescer ainda mais nos próximos anos. "Temos observado um forte crescimento da mulher na taxa de atividade empreendedora no Brasil. Ela está participando cada vez mais das atividades produtivas", diz.


Remuneração
Apesar da mudança de comportamento dos números, a diferença de salários não apresentou expressiva evolução nos últimos anos. Em 2006, a remuneração média dos homens empregados em micros e pequenas empresas no Ceará era R$ 1.034, enquanto a das mulheres em 2007 - a pesquisa não traz a remuneração feminina em 2006 - era R$ 924, discrepância de R$ 110. Em 2016, elas ganhavam R$ 1.280 e eles, R$ 1.406, uma diferença de R$ 126,00.

Venícius avalia que a problemática da diferença de salários recebidos por homens e mulheres é uma problemática que atinge todas as empresas, não só as micros e pequenas. Ele também justifica que o esse item não trata da remuneração da mulher gestora, o que contribuiria para elevar esse patamar.

O número de empregadas mulheres também apresentou crescimento entre 2006 e 2016, passando de 108.989 para 175.780. Já o de homens passou de 171.550 em 2006 para 280.148 em 2016.

O número de micros e pequenas empresas no Ceará cresceu de 161.636 em 2006 para 190.837 em 2016, salto de 18% em dez anos, de acordo com o levantamento do Sebrae em parceria com o Dieese. O pico do número de micros e pequenas empresas foi em 2015, com 196.860 negócios, um dos anos no qual a crise se apresentou ao País com mais força. Em 2014, o número de micros e pequenas empresas no Brasil chegava a 194.530.

Dos 190,8 mil negócios em 2016, 12,2 mil eram na construção civil; 20,2 mil eram na indústria; 59,4 eram no setor de serviços e a maioria esmagadora de 98,8 mil negócios eram no comércio. Em 2006, a concentração de micros e pequenas empresas dentro do comércio era ainda maior, com 103,4 mil. (Diário do Nordeste)

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