Empresas ligadas aos serviços e ao comércio formam o grupo de maior
participação no desempenho do Estado devido ao peso na
economia cearense que possuem, segundo atesta
o Banco Central. FOTO: José Leomar
Embora tenha apresentado queda de 1% na passagem de abril para maio, mês da greve dos caminhoneiros, a atividade econômica no Ceará cresceu 1,13% no acumulado de 12 meses até maio. E, no ano, a economia cearense avançou 0,84%. Nas três comparações, o Estado apresentou resultados superiores ao observado no Nordeste, onde a atividade caiu 1,16% em maio, 0,99% no acumulado do ano, e cresceu 0,31% no acumulado de 12 meses.

Apesar do resultado negativo em maio, o desempenho observado na comparação anual, seja no acumulado de 12 meses como no acumulado do ano, sinalizam uma retomada do nível de atividade da economia local. Ainda assim, os resultados positivos ainda não compensaram os efeitos da crise econômica que atingiu o País nos últimos anos e o desemprego continua elevado, o que atinge diretamente setores como o do comércio e de serviços, os mais relevantes da economia local.

Considerando os meses de março, abril e maio, a atividade econômica estadual apresentou retração de 0,46% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Enquanto no Nordeste, houve retração de 2,30% na mesma comparação. Os dados são do Índice de Atividade Econômica Regional do Ceará (IBCR-CE) e do Nordeste (IBCR-NE), divulgados ontem (16) pelo Banco Central.

Na avaliação do economista Ricardo Eleutério, o melhor desempenho da economia do Ceará em relação à do Nordeste é fruto de investimentos públicos e privados e da boa situação das contas públicas do Estado.

"A economia cearense vem apresentando, já há algum tempo, uma melhor dinâmica econômica do que a do Nordeste, fruto de investimentos locais e estrangeiros, dado que o Ceará tem um bom equilíbrio fiscal". Além do Ceará, os estados com maior participação na economia do Nordeste são Bahia e Pernambuco.

Trimestre
Além da queda registrada na passagem de abril para maio, a economia cearense também apresentou retração na comparação com maio de 2017, com queda de 2,33%. O resultado acabou impactando negativamente o resultado trimestral (março, abril e maio) na comparação com o trimestre imediatamente anterior, que caiu 0,46%. No Nordeste, a atividade em maio caiu 3,76%, ante o mesmo mês de 2017 e 2,30% ante o trimestre de dezembro a abril.

"Assim como ocorreu no País, o impacto negativo de maio foi causado, sobretudo, pela greve dos caminhoneiros, que prejudicou diversos setores da economia e pressionou a inflação", diz Eleutério. "Ainda assim, o Ceará se mostrou melhor do que o Nordeste, devido a empresas como a CSP (Companhia Siderúrgica do Pecém), que já vem dando resultado para a receita do Estado, com recordes de exportação, como foi no ano passado. Então a gente tem um somatório de fatores", completa.

Transportes
A performance mensal da economia do Ceará refletiu os impactos causados pelo setor de transportes, que atingiu a indústria (-4,9%), o comércio varejista ampliado (-2,6%) e o setor de serviços (-2,9%), que têm grande relevância na economia local. No ano, a economia do Estado apresentou queda em janeiro, duas altas seguidas, em fevereiro e março, e outra retração em abril (-0,36%). O IBCR, divulgado mensalmente pelo BC, é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).   (Diário do Nordeste)

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