Apesar
do resultado negativo em maio, o desempenho observado na comparação anual, seja
no acumulado de 12 meses como no acumulado do ano, sinalizam uma retomada do
nível de atividade da economia local. Ainda assim, os resultados positivos
ainda não compensaram os efeitos da crise econômica que atingiu o País nos
últimos anos e o desemprego continua elevado, o que atinge diretamente setores
como o do comércio e de serviços, os mais relevantes da economia local.
Considerando
os meses de março, abril e maio, a atividade econômica estadual apresentou
retração de 0,46% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Enquanto no Nordeste, houve retração de 2,30% na mesma comparação. Os dados são
do Índice de Atividade Econômica Regional do Ceará (IBCR-CE) e do Nordeste
(IBCR-NE), divulgados ontem (16) pelo Banco Central.
Na
avaliação do economista Ricardo Eleutério, o melhor desempenho da economia do
Ceará em relação à do Nordeste é fruto de investimentos públicos e privados e
da boa situação das contas públicas do Estado.
"A
economia cearense vem apresentando, já há algum tempo, uma melhor dinâmica
econômica do que a do Nordeste, fruto de investimentos locais e estrangeiros,
dado que o Ceará tem um bom equilíbrio fiscal". Além do Ceará, os estados
com maior participação na economia do Nordeste são Bahia e Pernambuco.
Trimestre
Além
da queda registrada na passagem de abril para maio, a economia cearense também
apresentou retração na comparação com maio de 2017, com queda de 2,33%. O
resultado acabou impactando negativamente o resultado trimestral (março, abril
e maio) na comparação com o trimestre imediatamente anterior, que caiu 0,46%.
No Nordeste, a atividade em maio caiu 3,76%, ante o mesmo mês de 2017 e 2,30%
ante o trimestre de dezembro a abril.
"Assim
como ocorreu no País, o impacto negativo de maio foi causado, sobretudo, pela
greve dos caminhoneiros, que prejudicou diversos setores da economia e
pressionou a inflação", diz Eleutério. "Ainda assim, o Ceará se
mostrou melhor do que o Nordeste, devido a empresas como a CSP (Companhia
Siderúrgica do Pecém), que já vem dando resultado para a receita do Estado, com
recordes de exportação, como foi no ano passado. Então a gente tem um somatório
de fatores", completa.
Transportes
A
performance mensal da economia do Ceará refletiu os impactos causados pelo
setor de transportes, que atingiu a indústria (-4,9%), o comércio varejista
ampliado (-2,6%) e o setor de serviços (-2,9%), que têm grande relevância na
economia local. No ano, a economia do Estado apresentou queda em janeiro, duas
altas seguidas, em fevereiro e março, e outra retração em abril (-0,36%). O
IBCR, divulgado mensalmente pelo BC, é considerado uma prévia do Produto
Interno Bruto (PIB). (Diário do
Nordeste)
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