O Ministério da Integração diz que águas do São Francisco
chegam ao Ceará em setembro. FOTO: Antônio Rodrigues
Com o fim da quadra invernosa no Ceará e a consolidação de mais um ano de chuvas não tão expressivas, se repete o alerta quanto ao abastecimento de água, especialmente em localidades além da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Para o Governo do Estado, no entanto, essa garantia tem como base a continuidade das obras de segurança hídrica que, em 2018, somam 1.268 intervenções, entre a construção de poços, chafarizes e sistemas de dessalinização.

De acordo com o titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do Estado, Francisco Teixeira, o uso dos equipamentos, juntamente com o sistema de adutoras de emergência, aliados ainda a uma gestão eficiente quanto à demanda e oferta da água, são medidas suficientes para estimar que os municípios cheguem até a quadra chuvosa de 2019 com abastecimento regular. "De uma forma geral, todas as sedes municipais, com exceção de três, estão sendo atendidas normalmente. Pretendemos chegar na próxima estação dentro dessa normalidade, garantindo o atendimento com a construção de poços, adutoras e, quando não der, com carro-pipa".

Esse reforço, segundo o secretário, deverá ser necessário em algumas localidades do Sertão Central e Vale do Jaguaribe, regiões que hoje mais preocupam. Conforme avalia, no entanto, a estimativa é de que, dos 184 municípios, apenas cinco precisem do complemento dos carros-pipas até o fim deste ano.

"Nas zonas urbanas o Estado tenta garantir o abastecimento convencional, com água na torneira, e na zona rural, onde não tem essa oferta, ou aquele determinado açude secou, a gente tenta atender o máximo possível com chafarizes. Quando não dá a operação carro-pipa complementa", diz.

Grande esperança de uma maior segurança hídrica, a Transposição do Rio São Francisco deve prover a tão esperada ajuda ao Estado até o fim do ano. Segundo estimativas do Ministério da Integração Nacional, as águas atravessarão a fronteira entre Pernambuco e Ceará em setembro próximo, mas segundo reforça Francisco Teixeira, o percurso até a barragem de Jati é de cerca de 20 km, com obras que ainda precisam ser finalizadas. "A expectativa é que, com as obras concluídas, a água chegue em dezembro".

RMF
O uso racional da água, na avaliação do secretário, é a principal medida para garantir o abastecimento normal também na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Iniciativas como a Tarifa de Contingência, que segundo detalha, resultou este ano numa redução de 21% no consumo em relação a 2014, estão entre as principais estratégias adotadas pelo Estado.

A primeira planta de dessalinização de água marinha para a RMF, por sua vez, deve ter suas obras licitadas ainda este ano, na estimativa do secretário. Estudos elaborados pela empresa sul-coreana GS Inima Brasil foram selecionados pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). "Estamos, ainda, verificando a possibilidade de reúso da água. A ideia é que parte do esgoto seja tratado e utilizado para substituir a água da indústria", esclarece Teixeira.    (Diário do Nordeste)

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