Produção de rosas da Fazenda Reijers, em São Benedito |
O
principal motivo da queda foi o encerramento das atividades da CBC, consórcio
holandês que produzia bulbos de Amarilis na região do Baixo Acaraú.
"Com
a restrição hídrica, eles pararam e só voltam a produzir se tiver recarga nos
reservatórios. A produção colapsou total com seis anos de estiagem",
explica Gilson Gondim, presidente da Câmara Setorial de Flores e Plantas
Ornamentais (CSFlores).
Atualmente,
as regiões exportadoras estão em Paracuru, Paraipaba, além do Baixo Acaraú. De
janeiro a abril deste ano já foram exportados US$ 79.169 no Estado, enquanto no
igual período de 2017 foram US$ 80.764. Mesmo com a queda das atividades,
Gilson lembra que o Ceará figurava em segundo lugar nas exportações de flores e
plantas ornamentais, atrás apenas de São Paulo, no ano passado. Neste ano, o
gestor acredita que deva seguir o mesmo índice.
Uma
das dificuldades no desempenho do setor é a implementação de produtos com maior
valor agregado, lançados de forma recorrente no mercado internacional. Nesse
sentido, a CSFlores tem atuado junto a Adece e a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) para introduzir plantas e aumentar o leque de ofertas.
"Estamos
trabalhando para introduzir novas variedades comercializadas com melhores
valores, cujo custo de produção é o mesmo e a receita maior", explica
Gilson. Segundo ele, um hectare (ha) de planta ornamental representa mais de R$
100 mil por ano, enquanto um ha de caju apenas R$ 5 mil ao ano. "A
tendência é que se busque culturas que, com a mesma quantidade de água, gere
mais emprego e renda", acrescenta.
No
Brasil, a estimativa é que sejam produzidas 400 milhões de hastes de rosas
neste ano, prevê Manoel Oliveira, presidente da Câmara Setorial Federal de
Flores e Plantas Ornamentais. Em volume, o Ceará ocupa a terceira posição em
produção, atrás de Minas Gerais e São Paulo. Entre os maiores estados
consumidores estão São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Nos dois últimos
anos, o País teve crescimento que variou de 3 a 5%, estimativa também prevista
para 2018.
No
Ceará, a Reijers atua há 17 anos, em São Benedito, na Serra da Ibiapaba. Está
presente também em São Paulo e Minas Gerais. Em 2008, 90% da produção era
destinada à exportação, em torno de 600 toneladas por ano, cerca de um milhão
de botões de rosas. Porém, quando pararam os voos diretos para Amsterdã,
principal mercado, a empresa voltou a produção para o Brasil, explica o
proprietário Roberto Reijers.
Com
a retomada de voos diretos para a Holanda pelo hub da Air France-KLM, a Reijers
planeja reassumir as exportações. No Estado, a empresa é a maior produtora de
rosas e plantas ornamentais, com 120 mil a 150 mil flores por dia. Roberto
espera crescer 20% em faturamento no Ceará. Com nova fazenda, deve dobrar
produção e número de funcionários, hoje, em 450 pessoas. (O Povo)
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