Chapada do Araripe registrou aumento nos focos de incêndio,
com crescimento de 405% em cinco anos. FOTO: Jornal do Cariri
A Área de Proteção Ambiental (APA) Chapada do Araripe, que abrange 33 municípios do Ceará, Pernambuco e Piauí em cerca de um milhão de hectares de área, registrou aumento estrondoso nos registros de focos de incêndio. Os dados, acompanhados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e repassados pelo chefe da APA, Paulo Maier, apontam aumento de 405,5% em cinco anos. Enquanto que no ano de 2013 foram notificados 837 focos de incêndio, em 2017 foram 3394. 

Contrário aos números alarmantes, a área que abrange os municípios de ocorrência do soldadinho- -do-araripe apresentou redução de 32,7% nos focos de incêndio nos últimos dois anos. Os municípios de Barbalha, Crato e Missão Velha contabilizaram 905 e 609 focos de incêndio nos anos de 2016 e 2017, respectivamente. “Importante lembrar que três ações realizadas no Crato podem estar contribuindo para estes resultados: divulgação de um período de proibição do uso do fogo, pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato; criação da Brigada de Combate ao fogo pela Prefeitura Municipal do Crato; e o Projeto de lançamento de bombas de sementes, realizado pela Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato (Saaec)”, explicou Paulo. 

Como lembrou o chefe da Apa, para que a queima seja realizada, é preciso a autorização de órgãos ambientais como a Superintendência Estadual do Meio Ambiente. Pelo fato ser considerado um período mais crítico, graças à falta de chuva, altas temperaturas e à baixa umidade relativa do ar, não é recomendável a realização de queimadas na Chapada do Araripe, entre os dias 12 de outubro e 13 de novembro. 

Brigadas de incêndio 
Entre 25 e 29 de junho, 25 pessoas passaram por um curso na casa sede da Floresta Nacional do Araripe (Flona) para formação de nova brigada. Destas, 12 se habilitaram para compor o grupo, que vai atuar a partir do mês de agosto até o final de janeiro de 2019, no combate aos incêndios. De acordo com Verônica Figueiredo, chefe da Flona/ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), atualmente há apenas 12 brigadistas em atuação. 

“É humanamente impossível fazer o trabalho em toda a área. Cada município tem que trabalhar suas brigadas, porque essa da Floresta mal atende às nossas necessidades”, informou. Ela afirma que a pressão imobiliária que acontece em volta da floresta é um dos responsáveis pela ocorrência dos focos. “É preciso que as pessoas se conscientizem e comecem a não fazer fogo quando realizarem a limpeza de suas áreas”, enfatizou, ao dizer que é comum que, nesses casos, o pequeno fogo formado foge do controle e vira incêndios de grandes proporções, atingindo a área da Floresta. (Jornal do Cariri)

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