Sintomas
como falta de ar, dor para respirar e emagrecimento, associados a tosse persistente, podem
significar algo mais sério do que uma simples gripe. Segundo Dr. Carlos
Henrique Teixeira, médico oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é
possível que os sintomas sejam indicativos do câncer de pulmão.
Um
dos tumores mais incidentes no mundo, com cerca de um milhão de casos novos por
ano, a doença é a principal causa de morte entre todos os tipos de câncer,
sendo responsável por 19,4% de todos os óbitos de câncer no mundo. Segundo o
INCA (Instituto Nacional do Câncer), para 2018 estão previstos no Brasil 31.270
novos casos de câncer de pulmão, sendo 18.740 em homens, e 12.530 em mulheres.
"Como
os sintomas são, na maioria das vezes, respiratórios, eles podem ser confundidos com quadros mais leves e
mascararem a doença, fazendo com que o diagnóstico do câncer de pulmão aconteça
em estágios avançados", alerta o especialista.
Outro
fator que contribui para o diagnóstico tardio é o aparecimento dos sintomas
somente em estágios
mais avançados. Além disso, existem mais de 10 subtipos do
câncer de pulmão. Entre 80 e 92% são do tipo não-pequenas células (CPNPC), dos
quais 43,3% são identificados como adenocarcinoma.
Subtipos
"Identificar
corretamente o subtipo da neoplasia é primordial para definir o tratamento mais
apropriado e resultados mais eficazes", enfatiza o Dr. Carlos. Por
exemplo, entre 22 e 33% dos casos de adenocarcinoma ocorrem em razão de
mutações no receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) – subtipo que
é mais incidente em não fumantes.
Apesar
da letalidade do câncer de pulmão, os tratamentos contra esse tipo de tumor
evoluíram na última década. A terapia alvo, uma das principais inovações, atua
com maior precisão, geralmente em células do tumor que possuem mutações. O
afatinibe, por exemplo, indicado como primeira linha de tratamento para
pacientes adultos com câncer de pulmão de não-pequenas células (CPNPC), com
histologia de adenocarcinoma e mutações de EGFR, faz parte desta lista de
medicamentos de última geração.
"A
variedade dos subtipos da doença torna os exames para a identificação exata de
cada subtipo essenciais para a escolha do melhor tratamento, como no caso das
mutações do EGFR", defende o oncologista. Mas vale ressaltar que
geralmente os primeiros exames utilizados para constatar a presença do tumor
são os exames
de imagem, como a radiografia e a tomografia de tórax.
Além
do subtipo adenocarcinoma, há duas outras formas de câncer de pulmão
não-pequenas células (CPNPC): grandes células (menos comum, afetando pouco mais
de 4% dos pacientes com CPNPC) e o escamoso (aproximadamente 1/4 dos casos de
CPNPC).
Causas
Apesar
do tabagismo ser a principal causa do câncer de pulmão, a neoplasia também
acomete não fumantes e fumantes passivos. O adenocarcinoma com mutações no
receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), por exemplo, é mais
incidente em não fumantes.
Dentre
as demais causas envolvidas no câncer de pulmão, além do fator genético, estão a
inalação de alguns agentes químicos tóxicos e a poluição. (Diário do Nordeste)
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