Estudo sobre os 15 principais impactos identificados
nos geossítios foi publicado na revista Geosciences.
FOTO: Jornal do Cariri
Um estudo que reuniu professores da Universidade Regional do Cariri (Urca) e pesquisadores portugueses analisou impactos sofridos pelos geossítios caririenses que integram o Geopark Araripe. A investigação considerou os efeitos do acúmulo das visitas – de turistas e estudiosos – aos territórios. A pesquisa definiu uma matriz de ações prioritárias a ser desenvolvida nos espaços, de forma a gerenciar as visitas e reparar os danos causados. 

A pesquisa destaca-se por dois fatores. O primeiro: apresenta dados quantitativos inéditos sobre as visitas. Isto permitiu apontar a Colina do Horto, em Juazeiro, como o geossítio mais visitado da região, com 2,1 milhões de frequentadores anualmente. O outro: coleta dados dos impactos resultantes das visitas por território, “dentro da sua realidade e não de uma maneira generalista”, como enfatiza o professor Rafael Soares, um dos pesquisadores. 

Impactos e ações 
De acordo com o idealizador da investigação, o professor da Urca, Eduardo Guimarães, o grupo de pesquisadores buscou identificar os impactos evidentes nos geossítios. O estudo, publicado na revista Geosciences, classificou 15 principais impactos. “O que a gente considerou são os impactos relacionados à ação humana, prioritariamente à visitação. O número um, que é encontrado em absolutamente todos os geossítios, é o descarte inadequado de lixo, resíduos e subprodutos. Eu encontro lixo nos nove geossítios”, revela o professor Eduardo. 

Na sequência, estão danos às placas de sinalização, identificado em sete geossítios; danos a prédios, esculturas e afins, também em sete; pichações e depredações em patrimônio geológico, detectado em seis lugares. “A gente observa que há um descaso do próprio visitante ou de população dos arredores do geossítio em relação ao seu próprio patrimônio. As pessoas comumente descartam o lixo em qualquer lugar”, lamenta o investigador. 

Quanto à demanda de visitação, o estudo recomenda, dentre outros fatores, aumentar a oferta de atividades orientadas aos geossítios, de serviços e produtos e facilidade de acesso. “Precisamos de mais colaboradores aptos e treinados, ou seja, a gente precisa de um receptivo turístico, de alguém que receba e guie o visitante”, sugere o professor. 

Já em relação aos impactos, o estudo apontou a necessidade de promover uma conscientização quanto ao comportamento sustentável do visitante e de moradores do território. “Esse é o comportamento que procura diminuir drasticamente o nível de impacto que você tem quando visita o território e o principal deles é reduzir o descarte de lixo”, finaliza.   (Jornal do Cariri)

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