A CSP tem contribuído para elevar as exportações.
Em julho, os manufaturados de ferro e aço lideraram as
vendas externas (US$ 173 milhões).
FOTO: HELENE SANTOS
As exportações cearenses somaram, em julho, US$ 246,4 milhões, o maior valor mensal desde junho de 2014 (US$ 265,2 milhões). Na passagem de junho para julho, o volume exportado apresentou crescimento de 0,9%, sendo a segunda alta do ano. No acumulado do ano, o valor dos produtos enviados pelo Ceará ao exterior foi de US$ 1,273 bilhão, 11,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado (US$ 1,141 bilhão). Apesar da alta mensal, a balança comercial do Estado fechou julho com déficit de US$ 29,0 milhões e no acumulado do ano o saldo negativo foi de US$ 305 milhões.

Assim como nos meses anteriores, os produtos manufaturados de ferro e aço lideraram as exportações em junho deste ano, somando US$ 173 milhões. Em seguida aparecem as ligas em aço (US$ 20,7 milhões) e peças para máquinas (US$ 12,3 milhões). E o principal destino dos produtos locais foram os Estados Unidos, que representou mais da metade dos envios locais, com US$ 141, 8 milhões. Em seguida aparecem a Coreia do Sul (US$ 29,9 milhões), Canadá (US$ 25,8 milhões), Alemanha (US$ 23,1 milhões e Argentina (US$ 5,1 milhões).

“A operação Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) tem sido crucial para que a gente tenha, sucessivamente, obtido esses valores de exportação”, diz o economista Alex Araújo. “Cada vez mais, os produtos siderúrgicos assumirão a dianteira das nossas exportações, deixando para trás produtos tradicionais da nossa pauta, como os calçados, castanha, couros e frutas. A tendência é de permanência desse movimento”.

Câmbio
Sobre os efeitos da alta do dólar na balança do Estado, que em tese favorece as exportações, Araújo diz que o maior impacto se deu nas importações, já que a maior parte das importações do Ceará é de derivados de petróleo. “O expressivo volume das exportações está mais relacionado com a indústria do Ceará do que com a conjuntura internacional. Mas, por outro lado, os derivados de petróleo que fazem parte da nossa matriz energética sofreram com a alta do dólar, como o gás natural e os insumos para a indústria”.

No ano, os produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado também lideram a pauta de exportação, com US$ 735,5 milhões, seguido por “Calçado com sola exterior e parte superior de borracha ou plástico” (US$ 95,0 milhões) e “Cocos, castanha do Brasil e castanha de caju, frescos ou secos” (US$ 54,4 milhões).

Importações
Do lado das importações, o Ceará comprou no mercado internacional US$ 275,5 milhões em julho, segundo maior valor mensal do ano. Deste total, as hulhas, briquetes, bolas e combustíveis sólidos semelhantes, que servem para abastecer tanto usinas térmicas como as siderúrgicas, responderam por US$ 50,1 milhões. Em seguida, aparecem itens como gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos (US$ 29,4 milhões) e trigo e mistura de trigo com centeio (US$ 29,1 milhões). 

Assim como ocorreu nas exportações, o maior emissor de produtos para o Ceará no mês foram os Estados Unidos, com US$ 99,2 milhões. Em seguida aparecem a China (US$ 44,3 milhões), Rússia (US$ 15,3 milhões), Colômbia (US$ 13,1 milhões) e Reino Unido (US$ 12,2 milhões). No acumulado do ano, as importações cearenses já somam US$ 1,578 bilhão, 19,9% a mais do que no mesmo período de 2017.

“Mês após mês, o resultado da balança comercial do Ceará nos mostra os efeitos da mudança da indústria de transformação no Ceará, que era majoritariamente intensiva de mão de obra e vem passando para produtos de maior valor agregado”, diz o economista Alex Araújo.  (Diário do Nordeste)

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