Cerca
de 70% dos estudantes que concluíram o ensino médio no país apresentaram
resultados considerados insuficientes em matemática. A mesma porcentagem não
aprendeu nem mesmo o considerado básico em português. Os dados são do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), apresentados nesta quinta (30) pelo
Ministério da Educação (MEC).
Em
português, os estudantes alcançaram, em média, 268 pontos, o que coloca o país
no nível 2, em uma escala que vai de 0 a 8. Até o nível 3, o aprendizado é
considerado insuficiente pelo MEC. A partir do nível 4, o aprendizado é
considerado básico e, do nível 7, avançado. Na prática, isso significa que os
brasileiros deixam a escola provavelmente sem conseguir reconhecer o tema de
uma crônica ou identificar a informação principal em uma reportagem.
Em
matemática, os estudantes alcançaram, em média, 270 pontos, o que coloca o país
no nível 2, de uma escala que vai de 0 a 10, e segue a mesma classificação em
língua portuguesa. A maior parte dos estudantes do país não é capaz, por
exemplo, de resolver problemas utilizando soma, subtração, multiplicação e
divisão.
Desigualdades
Na
média, 43 pontos separam os estudantes que pertencem ao grupo dos 20% com o
mais alto nível socioeconômico dos 20% do nível mais baixo, em português, no
país. A diferença, coloca os mais ricos no nível 3 de aprendizagem, enquanto os
mais pobres ficam no nível 2. Embora mais alto, o nível 3 ainda é considerado
insuficiente pelo MEC. Em matemática, a diferença entre os dois grupos é ainda
maior, de 52 pontos. Enquanto os mais pobres estão no nível 2, os mais ricos
estão no nível 4, considerado básico.
Entre
os entes federados, o Distrito Federal registra a maior diferença entre os dois
grupos, tanto em português quanto em matemática. Os alunos com mais alto nível
socioeconômico obtiveram, em média, 329 pontos em português, ficando no nível 5
de aprendizagem, considerado básico. Já os de nível socioeconômico mais baixo
ficaram com 255 pontos, no nível 2, uma diferença de 74 pontos Em matemática, a
diferença foi maior, de 101 pontos. Os mais pobres estão no nível 2 e os mais
ricos, no nível 6.
Os
resultados também mostram desigualdades regionais. A maioria dos estados das
regiões Norte e Nordeste, além do Mato Grosso, tiveram, em média, pontuações
inferiores à média nacional em matemática e português. A exceção é Pernambuco,
que, ficou acima da média, juntando-se aos estados das regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste que ficaram ou na média ou acima da média de desempenho nacional.
Rondônia ficou acima da média nacional apenas em matemática.
Seis
estados pioraram os resultados de 2015 para 2017 tanto em português quanto em
matemática: Amazonas; Amapá; Bahia; Mato Grosso do Sul; Pará; e Roraima. Além
desses estados, o Rio Grande do Norte piorou o resultado apenas em matemática e
Distrito Federal, Mato Grosso, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São
Paulo pioraram apenas em língua portuguesa.
Ministério
da Educação
Na
avaliação do MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), responsável pela avaliação, os resultados de
aprendizagem dos estudantes brasileiros “são absolutamente preocupantes”.
No
ensino médio, o país encontra-se praticamente estagnado desde 2009. “A baixa
qualidade, em média, do Ensino Médio brasileiro prejudica a formação dos estudantes
para o mundo do trabalho e, consequentemente, atrasa o desenvolvimento social e
econômico do Brasil”, diz a pasta.
Os
resultados são do Saeb, aplicado em 2017 aos estudantes do último ano do ensino
médio. Pela primeira vez a avaliação foi oferecida a todos os estudantes das
escolas públicas e não apenas a um grupo de escolas, como era feito até então.
Cerca de 70% dos estudantes participaram das provas. Nas escolas particulares,
a avaliação seguiu sendo feita de forma amostral. Aquelas que desejassem também
podiam se voluntariar, mas os resultados não foram incluídos nas divulgações.
(Agência Brasil)
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