Cordas e vassouras são expostas nas calçadas, em época de
romaria serão foices e alumínio. FOTO:: Ana Lima
No centro comercial de Juazeiro do Norte resistem ainda, apesar da diversidade de lojas do entorno, algumas cujo seguimento continuou o mesmo após anos. O cruzamento das ruas Alencar Peixoto e São Paulo guardam um pedaço da história, e não é difícil se dar conta que ali parece que o tempo quase parou. 

Nas calçadas estão amostras de produtos artesanais à venda. Fibra natural, palhá cipó e barro atraem romeiros e até turistas de outros países, mas está longe de serem apenas produtos exóticos e têm realmente procura para uso doméstico do campo.

Desde os funis de alumínio, passando pela vassoura e o cesto de palha, há ainda uma clientela que prefere que os utensílios sejam deste tipo, o mínimo industrial possível.

A loja do casal Antônio Alencar e Maria Anselmo,  é uma das poucas lojas resistentes. Os produtos que eles vendem ali são do tempo do fazer manual. São cordas de agave, balaio de cipó, vassouras de talo, chapéu de palha, além das ferragens fundidas à mão.

Essas poucas lojas que seguem na comercialização da produção natural do Cariri entregam ao cliente, mais que uma peça funcional, são também amostras da criatividade, da memoria, da identidade, da simplicidade  e um mínimo de responsabilidade ambiental  do povo da região.

A loja do casal tem 17 anos,  foi iniciada com o pai de Maria, José Fernandes Anselmo. Quando não pôde mais fabricar espingarda soca-soca, montou, então, um comércio de ferragens, que funcionou por 15 anos ao lado de lojas com seguimentos diversos.

Após o falecimento do fundador, Maria e o esposo decidem tocar o comércio  e inovam com a inclusão do artesanato local. As vendas seguem ditadas em grande parte pelas sazonalidades tradicionais  das  romarias e datas festivas. Em dias normais, a revenda vai mantendo o negócio.

“Agora é época de romaria eu gosto de colocar foice roçadeira  que os romeiros procuram, além das peças de alumínio”. Maria não pensa em deixar o ramo e diz sentir falta do poder público  investindo em informação sobre os artigos produzidos na região: “Nossa região é muito rica  em várias coisas, inclusive no artesanato, tem que informar pra expandir, vir mais gente procurar”, concluiu.  (Site Miséria)

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