Para oficializar a escolha, a Executiva do PT recebeu uma
carta de
Lula indicando Haddad como vice. FOTO: Ricardo Stuckert-PT
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O
PT oficializou, na noite deste domingo (5), o ex-prefeito de São Paulo Fernando
Haddad como candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. A composição da
chapa, no entanto, ainda pode mudar, porque o partido fechou uma aliança
com o PCdoB, convidando a deputada gaúcha Manuela D'Ávila para ser a
vice após a Justiça Eleitoral definir a situação de Lula na disputa. A
parlamentar ainda não respondeu oficialmente se aceita o convite.
Haddad,
visto como um "plano B" do PT para substituir Lula na
disputa, foi apresentado como um "vice tampão" para representar o
ex-presidente na campanha, enquanto a condição jurídica de Lula não é definida.
O
acordo com o PCdoB garantiu ao partido que Manuela será a vice do PT
independentemente de quem for a cabeça de chapa, em caso de impugnação do
ex-presidente. Haddad ficará no posto de vice para cumprir exigência do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fazer campanha para Lula no País e
representar o ex-presidente nos debates e entrevistas que participar.
Inicialmente,
o PT queria manter a vaga de vice em aberto até o registro da
candidatura, em 15 de agosto. Técnicos do TSE, no entanto, informaram que a
coligação e a chapa precisariam ser definidas até este domingo. A comunicação
ao tribunal foi feita cinco minutos antes da meia-noite.
A
presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), classificou
a situação como mais uma tentativa de barrar a candidatura de Lula, preso
e condenado na Lava-Jato. "É uma ação que foi feita exatamente para se
colocar mais um obstáculo na candidatura do presidente Lula, uma intervenção da
Justiça Eleitoral", disse a dirigente. Ela reiterou que o partido manterá
a candidatura de Lula "até as últimas consequências" e registrará seu
nome como candidato no dia 15 de agosto.
Carta
Para
oficializar a escolha, a Executiva do PT recebeu uma carta de Lula
indicando Haddad como vice e pedindo que o partido insistisse na aliança
com o PCdoB e no convite para Manuela ser vice. Na mensagem, Lula disse que
Haddad seria o melhor nome para defender suas ideias. O ex-governador da Bahia
Jaques Wagner, sondado anteriormente, fez chegar ao PT que não gostaria de ser
indicado como vice.
Com
a decisão tomada e a negociação com o PCdoB amarrada, os dirigentes petistas
tentaram fazer chegar a Lula o resultado do acordo, mas, devido ao horário em
que o ex-presidente está autorizado a receber recados na Polícia Federal em
Curitiba, não deu tempo. A notícia da aliança com o PCdoB deve chegar ao
ex-presidente na manhã desta segunda-feira (6).
Em
seu discurso, Haddad disse que será "um prazer" andar pelo País
defendendo as ideias do ex-presidente. Ele ressaltou que os programas de
governo do PT e do PCdoB "só têm coisas em comum" e serão
compatibilizados. O ex-prefeito e ex-ministro de Lula classificou a coligação,
que também integra PROS e PCO, como uma "grande aliança para resgatar o
País".
Já
a presidente nacional do PCdoB, Luciano Santos, afirmou que o convite para
Manuela ser vice "honra" o partido e que a legenda defendeu a união
da esquerda nas eleições desde o começo, tendo tido sucesso na
"unidade que foi possível." Ela lamentou que a aliança não tenha sido
mais ampla. O partido conversou também com o PDT, que lançou Ciro
Gomes como candidato. "Vamos fazer o bom combate e com debate de
ideias e vamos ganhar a quinta eleição consecutiva", disse a
dirigente.
Manuela
D'Ávila, no entanto, ainda não respondeu oficialmente se aceita ser vice do PT.
A assessoria de imprensa da deputada gaúcha disse que ela não se manifestaria
no momento. (Estadão)
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