Segundo a Cogerh, em fevereiro, o nível do Trussu deve cair para 2,7%. Com menos de 2%, pode haver dificuldade de captação de água. FOTO: Honório Barbosa |
O
nível do reservatório traz preocupação para os moradores que temem crise de
desabastecimento. O temor cresce porque há risco de chuvas abaixo da média na
próxima quadra chuvosa (fevereiro a maio), pela possibilidade de ocorrência do
El Niño, em 2019. Desde 2012 que o açude Trussu não tem recarga.
De
acordo com projeção da Cogerh, no início de fevereiro de 2019, o nível do
Trussu deve cair para 2,7%. Com menos de 2%, pode ocorrer dificuldade técnica
de captação da água do açude para o abastecimento das duas cidades, por
bombeamento.
O
chefe do escritório regional da Cogerh, Anatarino Torres, considerou a situação
do Trussu preocupante. "Desde 2012 o Trussu vem perdendo água, obtendo
recargas reduzidas, que se agravaram nos últimos dois anos. Ele depende de
chuvas em Acopiara e em parte de Jucás e Saboeiro, pois Iguatu pouco contribuiu
com a sua bacia", explica.
Dentre
os açudes administrados pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas
(Dnocs), o Trussu é o que está em situação mais difícil, segundo o chefe local
do escritório do órgão, Cléber Cavalcante. Diariamente, dezenas de carros-pipa
retiram água do reservatório para abastecer comunidades rurais e cidades da
região.
Por
ser um reservatório de porte médio, o Trussu com menos de 3% deverá ter água
com qualidade ruim. Assim, Iguatu e Acopiara ficam reféns da próxima quadra
chuvosa. A situação em Iguatu até dois anos passados era confortável e a cidade
não estava sequer no mapa de risco do governo do Estado. A demanda local é de
750m³/h.
O
superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Tácido Cavalcante,
descartou a ocorrência de desabastecimento. "O Trussu tem 12 milhões de m³
e temos um consumo anual de cinco milhões e outros cinco se perdem por
evaporação. Isso significa que, até agosto do próximo ano teremos captação de
água no reservatório, mesmo sem recarga na próxima quadra chuvosa", afirma.
Tácido
explicou que um projeto foi apresentado ao governo do Estado para adutora que
vai duplicar a oferta atual de captação de água na Bacia do Rio Jaguaribe em
extensão de 1,5Km até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Cocobó.
O
SAAE revitalizou 12 poços no leito do rio e a Prefeitura solicitou ao governo
do Estado a perfuração de dez poços na bacia da Lagoa do Julião. "Devemos
fazer um piscinão, que tem custo reduzido, e injetar a água na adutora do
Trussu, que passa ao lado", explicou Cavalcante.
O
projeto de captação de água no Julião e a adutora entre o Rio Jaguaribe e a ETA
estão orçados em R$ 2,2 milhões. "Com essas duas ações a oferta de água
será em torno de 800 m³ diários, um pouco superior ao consumo atual, que é de
750m³", pontua Cavalcante. Sobre a qualidade da água, o SAAE firmou
parceria com técnicos da Cagece e modernizou o sistema de tratamento. "Os
moradores já recebem água em melhor condição", garante. (Diário do Nordeste)
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