O Ceará foi um dos destaques negativos do boletim epidemiológico divulgado, ontem, pelo Ministério da Saúde, sobre a prevenção do suicídio, aproveitando o mês dedicado ao tema, o Setembro Amarelo. O Estado, além de Sergipe e Goiás, foram citados como aqueles com as maiores taxas de suicídio por intoxicação, como o consumo de veneno. Também chama a atenção alta na mortalidade por suicídio no Amazonas, Rondônia, Alagoas, Maranhão e Piauí.

Em geral, os homens são maioria quando observados os casos de intoxicação por agrotóxicos e outros venenos, por exemplo.

Em média, o Brasil registra 12 mil internações por ano por intoxicação intencional, com custo estimado de R$ 3 milhões ao ano. Com o mesmo valor, seria possível custear o funcionamento de oito Caps (centros de atenção psicossocial). Para o Ministério da Saúde, os dados evidenciam a necessidade do governo adotar novas medidas de controle destas substâncias.

31 casos por dia
O Brasil registrou 11.433 mortes por suicídio em 2016, o equivalente a 31 casos por dia. Os dados, que representam um aumento de 2,3% em relação ao ano anterior. "Estimamos um subdiagnóstico de 20% de mortes por suicídio. Temos ainda mortes que são classificadas como de intenção não determinada, e não sabemos se foi um acidente ou uma tentativa de suicídio que levou à morte", afirmou a diretora de vigilância de doenças e agravos não transmissíveis, Fátima Marinho.

Essa é a segunda vez que os dados nacionais sobre suicídio são divulgados pelo Ministério da Saúde. A primeira foi em 2017, quando foram registrados 11.178 casos no país. O objetivo é alertar para a necessidade de discutir o problema e alternativas de prevenção.

"É um importante problema de saúde pública, não só no Brasil como no mundo. E temos visto um aumento, o que traz a necessidade de discutir o tema e os vários determinantes que levam ao sofrimento na população", afirmou a diretora.       (Diário do Nordeste)

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