Homens, na faixa de idade entre 18 e 24 anos, estão liderando a criação de empregos formais no Ceará, de acordo com o balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho. Os dados revelam que foram geradas 1.219 vagas com carteira assinada neste grupo.

Ainda conforme o levantamento do Caged, foram encerrados 221 empregos formais entre as mulheres, incluindo todas as faixas de idade. As categorias de até 17 anos e de 18 a 24 anos foram as únicas com saldo positivo, com a abertura de 9 e 737 vagas, respectivamente.

Considerando o primeiro semestre deste ano, os homens lideram a criação de empregos, com a abertura de 6.604 vagas em todo o Estado. Já as mulheres apresentaram um saldo positivo de 3.783 postos com carteira assinada.

"No acumulado, você tem um resultado melhor do que no mesmo período do ano passado. De janeiro a julho de 2017 tínhamos um saldo negativo de 12.014 empregos. Se você pegar de janeiro a julho de 2018, você tem um cenário bem diferente com um saldo positivo de 10.387 vagas. Isso mostra que temos um início de uma recuperação do mercado de trabalho", explica Mardônio Costa, analista de Mercado de Trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT).

Em relação a julho do ano passado, a situação geral piorou, principalmente para as mulheres que, no período, tinham registrado saldo positivo de 1.085 postos ante o fechamento de 221 vagas em julho de 2018.

Integrando os dois gêneros, o cenário também teve piora, quando em julho de 2017, o Ceará havia criado 2.020 empregos com carteira assinada, enquanto que no mesmo período deste ano foram abertos 794 postos.

Busca por jovens
Segundo Costa, o mercado cearense está contratando atualmente mais homens jovens. "Outro aspecto que chama atenção é a concentração de emprego na faixa de 18 a 24 anos. Do total de empregos gerados, nós tivemos nessa faixa mais de 15 mil vagas. O mercado cearense está optando por contratar uma força de trabalho mais jovem. Acredito que isso esteja associado à facilidade e ao custo de contratação. Os jovens aceitam empregos com menores salários porque muitos não têm experiência", observa o especialista.

Retomada lenta
De acordo com o analista, também há o fato de o País ainda não ter retomado o fôlego no crescimento da economia fazendo com que muitos empregadores retenham investimentos.

"Você tem uma retomada lenta, com a incerteza dos aspectos políticos, então os empresários adiam os investimentos e controlam os custos. Dessa forma, há redução das despesas e a contratação dos mais jovens", acrescenta Costa.

No Ceará, os homens ficaram com 64% dos empregos e as mulheres com 36%. Costa explica que, de uma maneira geral, a situação reflete a própria presença masculina no mercado.

Segundo o analista, os homens estão mais presentes e a crise desempregou mais os trabalhadores do sexo masculino. "Eles têm um peso maior no mercado de trabalho. Isso também reflete na captação de vagas em julho, quando um dos setores que mais gerou vagas foi a construção civil", confirma.    (Diário do Nordeste)

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