Cid Gomes não faz qualquer referência à
coligação governista, com 16 partidos, e a
sua auxiliar com oito, mas por certo esta
realidade o estimulou. FOTO: JOSÉ LEOMAR
O ex-governador Cid Gomes (PDT), nesta semana, na inauguração do comitê de um seu correligionário, fez uma primeira promessa de campanha como candidato ao Senado da República, ao anunciar a adoção de providências legislativas visando a reestruturar e dar respeito às agremiações partidárias nacionais, hoje, deterioradas, muitas delas servindo apenas de objeto de negociatas para satisfação de interesses escusos de seus donos, com danos à administração pública, em qualquer das esferas de Poder, assim como à própria disputa eleitoral, com os conchavos registrados para as formações das coligações.

Geraldo Alckmin (PSDB) promete, sendo eleito presidente da República, propor, de imediato, uma reforma que permita reduzir o número de partidos. É impossível governar um País, um Estado ou um Município com a quantidade de partidos hoje existentes, afirma. Ele cita exemplo de democracias modernas onde todos os legisladores representam dois ou três partidos, enquanto, no Brasil, cada Câmara Municipal, Assembleia e o próprio Congresso Nacional têm representação de quase duas dezenas de agremiações.

A última mudança na legislação, em vigor nas eleições deste ano, já cuidou de medidas para eliminar alianças em disputas proporcionais futuras. Nas eleições municipais próximas, em 2020, os partidos não mais poderão fazer coligações para a disputa de vagas nos legislativos, mas continuarão fazendo-as para a disputa de prefeito, de governador e de presidente. Estas, com os mesmos vícios, dentre os quais a da conquista de mais tempo na propaganda eleitoral no rádio e na televisão, além de uns cargos numa futura gestão do governante eleito.

A nova legislação, aprovada no ano passado, contribuirá sim para conter a ânsia de aventureiros de criarem novos partidos. Ela exige um número mínimo de deputados eleitos por uma agremiação, para que ela possa contar com recursos do Fundo Partidário, um dinheiro utilizado para a boa vida de alguns, assim como acabará com o valioso patrimônio das eleições, que é o tempo da propaganda eleitoral, uma mercadoria considerada de primeira necessidade para os candidatos a cargos majoritários. Mas ainda é muito pouco para pôr fim aos vícios já tão arraigados.

Cid não aprofunda a discussão sobre sua ideia, alegando respeito ao eleitorado cearense que ainda não o elegeu para ser legislador nacional, nem tampouco ataca as formações de alianças como as registradas para a disputa deste ano no Ceará. (Diário do Nordeste)

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