Marcos Firmino e toda a família estão envolvida no processo de fabricação e administração. FOTO:  Rafael Pereira

“Necessidade”, essa foi a palavra mais pronunciada por Marcos Firmino, 53 anos, dono da Temperos Boom Gosto, após contar sua história. Hoje, a fabrica de temperos, localizada na Rua Tenente Antônio João, Vila Alta em Crato, é um dos condimentos caseiro que mais vendem na região do Cariri e Estados próximos. São 18 anos no mercado concorrendo com marcas famosas.

Filho criado e nascido no Crato, sua história é temperada com muito sacrifício e diversos “nãos” que ouviu para tornar o produto aceito. Antes do condimento entrar no gosto do povo, Marcos começou a vida “lá de baixo”, fazendo tudo quanto era de trabalho. Foi engraxate, trabalhou em madeireira, já foi camelô...

O tempero é um dos mais vendido da região. FOTO: Rafael Pereira
Onde tudo começa
Já casado e dono de uma numerosa família, o negócio promovendo excursões turísticas foi a primeira grande oportunidade para sustentar a casa. Ele conta que já chegou a fazer viagens com turistas em dois ônibus. Transporte, hospedagem e comida entrava no pacote da viagem. Mulher e filhos estavam envolvidos. O tempero caseiro foi uma ideia da mulher de fazê-lo em casa para levar às viagens e fazer a comida dos turistas. Da necessidade fez brotar a ideia do tempero.

O tempero caseiro foi tomando gosto e em seguida comercializado de porta em porta. A melhor propaganda era o boca a boca das donas de casa, foram elas as primeiras a aprovar. Nisso, o Boom Gosto foi tomando rumo e vendido como água. A rejeição veio quando a demanda cresceu e foi preciso vender nos mercadinhos. Por conta de ser uma marca nova, o produto não ganhou aceitação no início pelos comerciantes. Várias marcas famosas dominavam o mercado. “Já teve dia de eu receber dez não num só dia”, lembra Marcos. Mas, através da insistência, o comerciante aceitava não imaginando que venderia muito.

Hoje, o tempero Boom Gosto é conhecido no Cariri e em Estados vizinhos por meio de uma extensa rede de vendedores e distribuidores. No processo, 10 pessoas estão envolvidas na fabricação e administração, ou seja, toda a família. A variedade do produto não se restringe apenas ao tempero Tradicional, mas à uma série de ideias que vão desde ao molho temperado com pequi, molho de alho, Shoyu e outras variedades.

Apesar dos muitos concorrentes no mercado ele não se incomoda. “Eu encaro de boa. Entrego à Deus o meu trabalho que é assim mesmo. Concorrente desde o início tinha”, diz. Ele conta que já aconteceu de alguém copiar suas ideias e sair por aí vendendo. Já a inveja ele também sabe encarar mesmo quando o tentaram levar para trás. “É como diz a história: ‘quando sua estrela brilha os outros querem apagar’”.


“Eu quase que quebro macho!”
Esses 18 anos não foram só de alegrias. Marcos relata uma época que fazia os temperos sem conservantes, da maneira mais natural possível. Essa escolha lhe causou um prejuízo enorme, pois, aconteceu de muitas embalagens incharem e explodir. Com isso, ele teve um enorme prejuízo na quantidade de produtos que estouravam nas prateleiras não durando 10 dias. Não tinha outro jeito a não ser acrescentar conservantes no produto.

O sucesso
Como entender o sucesso é talvez uma das perguntas mais obvias e ao mesmo tempo difíceis de responder. Ele pensa um pouco, mas não custa disparar: “Eu vejo o meu sucesso com muito sacrifício sabe. Minha fonte de vida é daqui. É aqui onde a gente se alimenta, paga as contas, a saúde, o lazer...tudo é daqui de dentro.”

As ideias surgem da necessidade, como disse anteriormente Marcos. O trabalho empenhado pela família foi o que mais rendeu, mesmo nos momentos de crise. (Blog Papo Reto Cariri)

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