Fernando Gurgel, Pedro Fiúza, Ari de Sá Neto, Lauro Fiúza e Ivo Machado no IPO do Grupo Arco na Nasdaq, em Nova York |
O preço inicial estabelecido para a primeira oferta foi de US$ 17,50, mas já nas primeiras horas de pregão, o papel chegou a ser cotado a US$ 25,59, alta de 46%, refletindo as expectativas dos investidores sobre os resultados futuros da companhia. Com a oferta de 11,11 milhões de ações, correspondente a cerca de 23% do capital da empresa, o IPO levou o Grupo a um valor de mercado de US$ 1,2 bilhão. As ações encerraram o pregão com valorização de 34,29%, a US$ 23,50.
As
outras empresas cearenses negociadas na bolsa de valores de São Paulo, a B3,
são Hapvida, com valor de mercado de R$ 14,6 bilhões, M. Dias Branco (R$ 13,3
bilhões), e Enel Distribuição Ceará (R$ 3,2 bilhões).
Outra
empresa cearense cujo IPO já é esperado há alguns anos é a rede de farmácias Pague
Menos, que desde 2015 tem participação do fundo norte-americano General
Atlantic, o mesmo que investiu no SAS, em 2014. O fundo investiu R$ 600 milhões
na Pague Menos e, segundo a empresa, os planos de realizar oferta inicial de
ações está mantido, porém sem prazo definido. “Nesse momento, a rede está
focada na concretização de seu plano estratégico, atingimento das metas para a
valorização da companhia”, disse em nota.
O
CEO da Arco, Ari de Sá Neto, detalha que a escolha da Nasdaq em detrimento da
Bolsa brasileira para estrear no mercado de ações está ligada à participação do
fundo norte-americano. “Desde o início já pensávamos em entrar na Nasdaq. O IPO
é uma evolução daquele passo lá atrás (entrada do fundo dos EUA). A gente fica
ao lado de investidores de muita qualidade, além do recurso propriamente dito
que a gente é capaz de captar”, explica o executivo do Grupo.
Geraldo
Gadelha, vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de
Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) Nordeste, avalia que a iniciativa
da Arco representa um marco interessante. “O mercado de capitais gera um
profissionalismo que melhora inclusive a sucessão da empresa. O M. Dias Branco,
por exemplo, é uma história bem sucedida de lançamento de ações e o Hapvida se transformou
em um case de sucesso fantástico”, detalha.
Gadelha
frisa que há vantagens e desvantagens em optar pelo IPO. “Há uma porção de
obrigações, a empresa tem que ser mais transparente, ser auditada, prestar
informações trimestrais à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mas se tem uma
estabilidade de capital, a empresa não tem que correr a banco cada vez que
precisar. Esse colchão financeiro permite o planejamento da empresa”,
arremata.
Para
Geraldo Luciano Mattos Júnior, vice-presidente de Investimentos e Controladoria
do Grupo M. Dias Branco, a experiência do Grupo como empresa de capital aberto
desde 2006 vem sendo positiva em todos os aspectos. “A empresa nesse período
cresceu bastante, teve um desempenho muito acelerado e isso, em parte, se deve à
condição de mercado aberto, porque a empresa é bem mais exigida, mais cobrada.
(Abrir o capital) fez com que ela crescesse mais e melhorasse a qualidade dos
processos”. (Diário do Nordeste)
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