Ferrovia ligará os estados do Piauí, Ceará e Pernambuco.
FOTO: Delfim Martins-Blog do Planalto
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Passaram-se
12 anos da promessa de que novos ventos de desenvolvimento logístico e
econômico chegariam ao Nordeste através dos 1.753 km da Nova Transnordestina e
o destino da ferrovia continua incerto. A obra, iniciada em 2006, está parada e
sem previsão para terminar devido a entraves financeiros enfrentados pela
concessionária Transnordestina Logística S.A (TLSA) controlada pela Companhia
Siderúrgica Nacional(CSN) , como a dificuldade em administrar a verba e obter
mais recurso após diversas revisões no orçamento. A situação intensifica o
impasse entre a empresa e o Governo, que cogita rever a concessão vigente, que
iria até 2023.
A
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) instaurou processo
administrativo para apurar a demora e afirma que a empresa poderá ter a
concessão revista. "O técnicos terão 120 dias para análise e conclusão,
período que poderá ser prorrogado por igual tempo, caso haja necessidade",
diz em nota, sem precisar o início do prazo.
Conforme
publicado na edição de domingo do Jornal O Povo,
o orçamento subiu 21,4%, passando de R$ 11,2 bi para R$ 13,6 bi. O valor é bem
acima do previsto inicialmente, em 2006, de R$ 4,5 bilhões. A TSLA afirma que
não deve ser feita a comparação dos valores, pois são contextos de
infraestruturas distintos.
"No
1º orçamento do projeto, o traçado era muito diferente do atual. Grande parte
da ferrovia existente seria remodelada, com custos muito menores e haveria a
construção de uma ferrovia nova no restante do traçado", informa.
O
deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), coordenador da Comissão
Externa que acompanha o projeto, disse que o andamento da obra deve voltar à
pauta do Congresso somente após as Eleições, em 10 de outubro. A única certeza,
no entanto, é de "que a pauta vai parar nas mãos do novo presidente da
República".
"O
período eleitoral não é impedimento para que a obra continue. O problema é que
não tem mais dinheiro para emprestar", expõe. Ele explica que a União
buscou investidor no mercado externo, mas não obteve sucesso. Os bancos
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) e do Nordeste do Brasil
(BNB) também não sinalizaram empréstimos. O parlamentar cita que a mudança da
concessionária foi cogitada pela Comissão. "Ocorre que, com certeza, vão
judicializar", observa, descartando a possibilidade no momento.
Segundo
Heitor Studart, Presidente da Câmara Temática de Logística do Ceará e do
Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará
(Fiec), o caso será questionado no próximo dia 31 de outubro em seminário sobre
a Transnordestina, na Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Será
debatida a continuidade da concessão ou a sua imediata remodelação com a
entrega de alguns trechos curtos que possam ligar diretamente a alguns polos
produtivos", antecipa.
Quando
for concluída, a via férrea conectará o município de Eliseu Martins, no Piauí,
aos portos do Pecém (CE) e Suape (PE). O ferrovia permitirá que os setores
produtivos cearenses que importam e exportam interliguem o Estado ao restante
do País, o que trará mais competitividade industrial com a diminuição do frete
e a geração de novos empregos. A TSLA informou que realiza estudos para
agilizar a obra e que projeta a "retomada do projeto ao longo de
2019". (O Povo)
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