As novas opções levam em conta as peculiaridades locais, o que
faz com que o preço cobrado ao passageiro seja menor e o
lucro do motorista maior. FOTO: ALEX PIMENTEL
Há pouco mais de um ano, a empresa Uber chegava à Terra do Padre Cícero para oferecer mais uma opção de transporte como opção aos tradicionais taxistas e mototaxistas. No entanto, insatisfeitos com o faturamento, os motoristas resolveram inovar e criar uma cooperativa junto com um novo aplicativo de táxi social. A ideia, já implementada em Crato, Juazeiro e Barbalha, desde agosto, é parecida com outro serviço realizado no Sertão Central desde junho. Mais de 150 profissionais já estão cadastrados no Cariri.

Segundo o motorista Cassio Lopes, a ideia de criar a Cooperativa dos Motoristas por Aplicativos do Cariri (Coopmac) surgiu entre quatro amigos com o intuito de lançar um produto regional "que atendesse uma demanda reprimida que nós, enquanto motoristas, ouvíamos no dia a dia", explica. O grupo estimou que a Uber fatura, em média, R$ 400 mil por mês no Cariri. "O que vemos hoje são grandes corporações cobrando percentuais que podemos considerar abusivos e que deixam uma margem muito pequena para o motorista cobrir suas despesas pessoais e de manutenção do veículo utilizado", completa.

Como forma de beneficiar o motorista e o passageiro, cobrando um preço menor e faturando mais, a cooperativa criou o aplicativo "Bora Cariri". Na última semana, mais de 2 mil clientes se cadastraram. Para Cassio Lopes, o principal problema da Uber é não atender às especificidades de cada região. "Temos uma gasolina mais cara do que a maioria das regiões e precisamos de soluções específicas", justifica.

Valor baixo
O motorista cadastrado contribuiu com um valor fixo para a cooperativa, o suficiente para manter as despesas administrativas. "Um valor que, se considerada a concorrência, chega a ser muito baixo", garante Cássio. Os cooperados têm seguro nos carros, seguro de vida, plano de saúde e plano dentário, além de um serviço de reboque 24 horas e mecânicos de plantão. Já o valor da viagem segue o cálculo do padrão internacional: distância e tempo do trajeto.

Por outro lado, nem todos os motoristas da Uber aderiram ao aplicativo "Bora Cariri", por causa de sua credibilidade. Um deles é Saulo Ferrer, que acredita que a empresa americana transmite mais confiança ao cliente. "Mesmo sendo uma empresa mundial, ainda têm pessoas com receio de utilizar o serviço", argumenta. Com a concorrência, Saulo acredita que o serviço pode até melhorar.

Maiores
Há quatro meses, Saulo deixou seu emprego de vendedor para trabalhar como motorista na Uber e, para ele, está valendo a pena. Sua meta diária é de 24 viagens e, depois disso, descansa, mas já fez mais de 1.500 deslocamentos. No Cariri, ele notou que, à tarde, o fluxo e o valor são maiores. "Compensa mais", garante, acrescentando que todo seu sustento e de sua família vem do serviço. "A gente é orientado para quando deixar em tal local ficar aguardando o próximo chamado. Se ficar se deslocando, eu vou gastar meu combustível. Só passo cinco minutos parado, no máximo".

Em Quixadá, que ainda não possui transporte coletivo regular, a opção mais encontrada é o mototáxi. No entanto, isso está mudando com a chegada do IndiCar, que vem conquistando mais clientes. Há oito anos na Capital, o serviço de táxi social começou a operar no Município no fim de junho. Em pouco mais de dois meses, a frota já conta com 10 motoristas parceiros. O custo médio do transporte de um bairro ao outro é inferior a R$ 10. Os veículos possuem quatro portas, são climatizados e recebem até quatro passageiros com o preço de uma única viagem.   (Diário do Nordeste)

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