Produtores
de cachaça lançaram na capital paulista um manifesto em que reivindicam a
ampliação dos esforços de promoção e de proteção do produto. A carta aberta pede
ainda a reavaliação da carga tributária sobre a bebida, que segundo o setor, é
o produto mais taxado do país. O texto também pede o combate à clandestinidade
e à informalidade, superior a 85% segundo o setor.
“Em
2015, o governo reviu a sistemática de cobrança do IPI [Imposto sobre Produtos
Industrializados], o que representou um aumento significativo do preço do
produto. Em alguns casos, a alta chegou a 330%. Isso impactou muito porque o
setor é extremamente sensível a alterações tributárias”, destacou o diretor
executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima.
O
setor reconhece, porém, que a inclusão de parte dos produtores no Simples
Nacional, medida que entrou em vigor no início do ano, tem dado novo fôlego aos
negócios. No país, cerca de 580 produtores, dos cerca de 1,5 mil registrados no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), estão enquadrados
na modalidade. Em alguns casos, a mudança gerou redução de tributos de 90%.
No
entanto, de acordo com os dados preliminares do Censo Agropecuário de 2017, existem cerca de 11.023 produtores
espalhados pelo Brasil. Comparando o número de produtores registrados no Mapa
com o censo, verifica-se que a informalidade do setor, em número de produtores,
está em torno de 86%.
“Se
a categoria tiver melhores condições de mercado, o segmento da cachaça poderá
continuar a contribuir de forma sustentável para a arrecadação e impulsionar
ainda mais empregos no país”, acrescenta Lima.
Em
2017, em termos de valor, o faturamento do setor da cachaça no Brasil foi
superior a R$ 10 bilhões. Em termos de exportação, o produto foi vendido para
mais de 60 países, por mais de 50 empresas exportadoras, gerando receita de US$
15,80 milhões, para um volume de 8,74 milhões de litros. Os números representam
um crescimento de 13,43% em valor e de 4,32% em volume, em comparação
ao ano de 2016, resultando no segundo ano consecutivo de aumento das
exportações.
A
maior produção de cachaça está concentrada no estado de São Paulo, seguido de
Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba. Os principais estados consumidores
são São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará, Bahia e Minas Gerais. (Agência Brasil)
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