Katiane Oliveira usa o aplicativo no trabalho.
FOTO: Gustavo Simão
No Brasil, 97% das fintechs estão nas regiões Sul e Sudeste, de acordo com dados da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintech). No Ceará algumas iniciativas começam a despontar no segmento.

No Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, por exemplo, muitos moradores já estão familiarizados com moedas digitais. Mas nada de bitcoins. O que faz sucesso no local é o E-dinheiro, dinheiro virtual lançado há dois anos pelo Banco Palmas.

"Praticamente todas as minhas contas, meu supermercado, tudo é pago com E-dinheiro. Até tenho uma conta na Caixa, mas fica só para receber de quem só aceita reais", afirma a empreendedora Katiana Bezerra, 35 anos.No Cozinha Delas, restaurante comunitário que ela toca no bairro, boa parte dos clientes e fornecedores só paga pelo aplicativo."Ficou muito melhor porque antes chegava gente com dinheiro grande e não tinha como trocar. O aplicativo também ajudou no controle do dinheiro".

O Banco Palmas que há 20 anos foi pioneiro no lançamento de banco comunitário, com direito a moeda própria, e virou referência para 113 bancos comunitários de desenvolvimento no País, hoje, faz todas as suas operações no ambiente digital."Continuamos com o mesmo conceito de estimular a produção local, tem a moeda própria, só que agora é tudo digital: o E-dinheiro e o cartão de crédito digital", afirmou o coordenador do Banco Palmas, Joaquim Melo.

Ele diz que, dentre as vantagens, é que pelo modelo antigo, o Banco Central não aceitava nenhum tipo de lucro para o banco. Agora, como fintech, é possível a plataforma cobrar uma taxa de 2% dos comerciantes nas operações realizadas pelo aplicativo. "O que gera mais volume de crédito, permite baixar juros e disponibilizar mais recursos para ser reinvestido na própria comunidade".

Atualmente, toda a rede brasileira de bancos comunitários usa mesma plataforma. Em todo o País, são 34,2 mil contas abertas e mais de 1,9 mil lojas credenciadas aceitam o E-dinheiro. No Ceará, são 5,7 mil usuários. "A tecnologia no sistema bancário e descentralização dos serviços financeiros é uma coisa que está dada. As fintechs vão ajudar muito nisso, mas é preciso manter este propósito da economia solidária, de combater a concentração de renda", diz Joaquim.

Quem também resolveu surfar nesta onda é o cearense Carlos Augusto Batista. Em 2014, ele lançou Mobills, fintech de gestão financeira que já tem mais de 5 milhões de downloads.

Com um menu intuitivo, o aplicativo permite ao usuário controlar melhor o orçamento familiar, organizar gastos, ganhos e criar metas. "A ideia é responder aquela pergunta tão comum para algumas pessoas no final do mês que é 'Onde foi parar meu dinheiro?'. Em geral, com mais organização, as pessoas passam até a economizar de 10 a 15%".

Usuários
Em todo o País, são 34,2 mil contas abertas e mais de 1,9 mil lojas credenciadas que aceitam o E-dinheiro, lançado pelo Banco Palmas.       (O Povo)

Post a Comment