FOTO: BETO BARATA-AGÊNCIA ESTADO

No mesmo dia em que dois institutos de pesquisa suspenderam rodadas de sondagem para as eleições presidenciais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impôs nova derrota a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba há quase cinco meses.

Pela quinta vez desde domingo, a Corte determinou retirada do ar de propaganda do PT na qual o ex-presidente, cuja candidatura foi indeferida na última sexta-feira, figurava como protagonista ao lado do vice na chapa Fernando Haddad.

Efeito colateral do veto ao pedido de registro de Lula, a suspensão dos levantamentos de voto feitos por Ibope e Datafolha também tem o petista como pivô.

Apurada logo após a decisão do TSE, a rodada do Ibope não incluiu Lula nos cenários testados com os eleitores. O nome do ex-presidente, todavia, consta do registro da pesquisa.

Por meio de nota divulgada no fim da noite de ontem, a empresa informou haver consultado o TSE com a "intenção de obter o aval para divulgação do resultado dessa pesquisa, com a mencionada adequação".

"Até o momento, porém", continua a nota, "o TSE não se manifestou sobre a questão, razão pela qual, em respeito à lei, o Ibope não liberou a pesquisa para divulgação".

De acordo com o instituto, "tão logo o TSE se pronuncie a respeito, o Ibope informará o público e, consoante com a decisão da Corte, liberará ou não os resultados".

Com antecedência de cinco dias, o Datafolha também havia protocolado sondagem de intenção de voto que levaria às ruas ainda nesta semana. Como o nome de Lula era considerado num dos cenários, ele precisou pedir o cancelamento do registro.

Em sessão que se arrastou por mais de dez horas, o TSE decidiu barrar, por 6 votos a 1, a candidatura de Lula. O tribunal também fixou prazo de dez dias para que o PT substitua o ex-presidente na cabeça de chapa.

Expirado esse tempo, e caso o PT não consiga liminar na Justiça, Haddad deve assumir a titularidade na coligação, cedendo a vice para Manuela d'Ávila (PCdoB). Desde sábado, porém, a propaganda política mantém Lula como candidato, a despeito da decisão do TSE.

Um dos autores da impugnação da candidatura do ex-presidente, o Partido Novo, do presidenciável João Amoêdo, interpôs duas contestações às peças no TSE, que acatou os pleitos. Além da exclusão das publicidades, o tribunal estipulou multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento.   (O Povo)

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