Segundo dados da planilha semanal de atualização de Doenças de Notificação Compulsória, até a última sexta-feira (21), o Estado do Ceará registrou 2.470 casos de tuberculose este ano, sendo 51 óbitos. Só no Cariri foram 14 mortes. Os números representam uma média de nove casos de infecção por dia e cinco mortes a cada mês.

O diagnóstico precoce é a etapa mais importante à uma pessoa com tuberculose. Por isso, pessoas com tosse por mais de 21 dias, emagrecimento e/ou febre e suor no fim da tarde devem procurar o mais rapidamente uma unidade de saúde. A contaminação pode acontecer pelo ar, quando alguém com tuberculose tosse. Pessoas em situação de rua e que possuem o vírus HIV/Aids também integram as populações vulneráveis.

Um dos motivos do número elevado de casos pode ser pela concentração da doença em populações de baixa renda, sendo, segundo o infectologista Robério Leite, caracterizada como uma ‘doença neglicenciada’, tendo menos investimentos na pesquisa de tratamentos. O outro motivo deve-se ao tratamento, que dura no mínimo seis meses. Esse longo período gera uma alta taxa de abandono por parte dos próprios pacientes.

Em todo o ano de 2017, foram registrados 3.653 casos no Ceará. A contagem resulta em uma média de 304 casos por mês, entre janeiro e dezembro. Logo, a média mensal em 2018 foi reduzida em 10%. Para Robério leite, o avanço da pobreza no País também torna mais complexo o acompanhamento dos pacientes. “Alguns fatores fazem com que a população de baixa renda seja mais suscetível à doença. A alimentação é uma delas, bem como as condições de habitação. As pessoas ficam juntas, muitas numa mesma residência, e como é uma doença de transmissão respiratórias, isso facilita bastante a maior incidência”, diz o infectologista.

O mesmo vale para a população carcerária, que se encaixa na descrição de confinamento. Nas unidades prisionais, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus), quando identificados os sintomas, os internos são encaminhados para o setor médico da unidade, onde são avaliados, examinados e isolados em caso de confirmação da doença. Após o diagnóstico, são examinados também todos os contatos do interno para averiguação da transmissão, ainda que sem sintomas. O órgão afirma que não registrou nenhum óbito por tuberculose neste ano.   (Diário do Nordeste)

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