Instituição reservará vagas para pessoas com deficiência
no processo
seletivo do segundo semestre de 2018. FOTO: Reprodução
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Será
ampliado o acesso de estudantes a um curso de nível superior na Universidade
Regional do Cariri (Urca). A instituição implantou o sistema de cotas sociais e
étnico-raciais no início do ano e vai reservar vagas para pessoas com
deficiência, a partir do processo seletivo da segunda metade de 2018. O
objetivo é democratizar o ingresso de alunos que se enquadram nas regras
estabelecidas pelas cotas.
De
um total de 779 acadêmicos matriculados no primeiro semestre, 380 estudantes
são provenientes do sistema de cotas. A maior adesão tem sido para estudantes
que se autodeclaram pretos, pardos e indígenas. A Urca estuda a formação de uma
comissão para avaliar o novo sistema. Uma observação inicial, conduzida pela
Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Prograd), analisa a fase inicial da
proposta.
“É
um processo e temos que ampliar mais porque alguns estudantes confundiram o que
seria essa cota, não sabiam muito bem para qual cota seguir. Mas avaliamos de
forma muito positiva para ter sido a primeira matrícula”, afirma o pró-reitor
Egberto Melo.
A
instituição ainda terá que adequar sua estrutura, física e de pessoal, às
necessidades de uma nova demanda composta por alunos com alguma deficiência.
Atualmente, a Urca conta com um Núcleo de Acessibilidade e três estudantes.
Dois deles são acompanhados por um intérprete de Libras e outro tem o auxílio
de um braillista.
Uma
das medidas a serem tomadas será antecipar as matrículas dos estudantes com
deficiência logo após o resultado do vestibular. Segundo o pró-reitor, a
universidade precisa ter “um panorama definido” da quantidade de alunos e dos
tipos de deficiências para poder justificar a contratação de
profissionais.
Movimento
estudantil
Junto
a uma colega, o estudante Joedson do Nascimento, do curso de Geografia,
participou da construção do sistema de cotas da Urca, representando os
acadêmicos. Na visão dele, o racismo dificulta o acesso da população negra aos
cursos de nível superior. Isto, por si só, já justifica a implantação do
sistema. Para o movimento estudantil, a universidade também deve focar em
políticas de permanência dos discentes.
“Nesse
momento, ela é a melhor solução - a curto e médio prazo - para resolver esse
reparo histórico. Só que precisamos de investimentos na educação básica para
que nós, em sua maioria estudantes negros, tenhamos plenas condições de
concorrer em igualdade. Como hoje não temos essas condições, a política de
cotas é de fundamental importância, porque sem ela não chegaremos à
universidade”, opina Joedson. (Jornal do Cariri)
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