A confirmação de casos de peste suína clássica em cidades do Ceará despertou um alerta nos criadores de animais em todo o Brasil. O Estado decretou situação de emergência e interditou fazendas nos municípios onde houve a identificação da doença. A região do Cariri, que possui rebanho de quase 50 mil suínos, está fora do raio do foco verificado. Apesar disso, entidades pedem que criadores fiquem atentos a possíveis sintomas da doença, que acomete os animais através de um vírus e não é transmissível aos humanos, mesmo por meio da alimentação.

Como explicou Fabiano Rocha, médico veterinário e fiscal estadual agropecuário da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), os sintomas da febre suína clássica incluem conjuntivite, problema respiratório, manchas no corpo e paralisia na parte traseira do animal. Quando identificado algum deles, o ideal é que o fato seja comunicado à Adagri, para verificação e possível confirmação. Foi desta forma que o primeiro caso, em Forquilha, foi registrado. Atualmente, uma força-tarefa é realizada, com o apoio do Ministério da Agricultura, no intuito de evitar que a doença se espalhe.

Com a confirmação do caso, o principal agravante diz respeito ao fator econômico, já que todo o rebanho da propriedade em que se verifica o fato passa por processo de eutanásia. Mediante isto, os produtores recebem indenização, que, segundo o fiscal da Adagri, conta com suporte do Ministério da Agricultura e de outros estados brasileiros. Com o decreto de emergência do Governo, publicado no Diário Oficial do Estado, ocorre ainda a proibição do comércio de suínos para outros estados.

De acordo com Fabiano Rocha, a vacina contra a febre suína clássica é controlada pelo Ministério da Agricultura e é disponível conforme critérios próprios. A contaminação dos animais pode ser direta, passando de um para outro, pela relação sexual, alimentação (com restos de comida contaminada) ou por instrumentos contaminados, como seringas ou agulhas. “É feito todo um controle nas barreiras do foco. É feita a desinfecção em quem entra e em quem sai, nas pessoas e até nos carros, já que o vírus se propaga com muita facilidade. É por isso que a movimentação desses animais está suspensa”, enfatizou o veterinário.

Ele lembra que, no Cariri, não foi identificado nenhum foco até o momento. “O que a gente pede é que, caso algum produtor de suíno tenha suspeitas com animais morrendo ou apresente algum dos sintomas, procure a Adagri. O telefone é o 3523-7832.”, menciona. O fato de alguns produtores criarem animais sem o cadastro da Adagri é apontado como um dos atuais problemas. “Depois vamos fazer algo para cadastrar e ficar com o rebanho todo monitorado”, conta, ao explicar que a Guia de Trânsito Animal (GTA) serve para ter controle sobre a movimentação dos animais.          (Jornal do Cariri)

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