Casal cearense foi vítima de doença rara após comer
peixe comprado em Fortaleza. A advogada Karyne Castro, 39 anos, e o marido,
Handerson Castro, 38, moram em São Paulo e levaram a carne após visita à
Capital do Ceará. Os dois foram infectados com a doença de Haff, complicação
que deixa a urina da vítima escura e causa dores intensas. A informação foi
divulgada pela Folha de S. Paulo.
Karyne e Handerson dizem ter comido o peixe,
conhecido como arabaiana ou olho-de-boi, em duas ocasiões, ambas em agosto
deste ano. Na primeira, sentiram algumas dores temporárias. Quatro dias depois,
após ingerirem o alimento novamente, precisaram ser internados na unidade
semi-intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein.
A doença é provocada por toxina presente na carne
dos animais. O produto danifica os músculos do corpo humano, satura o sangue de
proteína e sobrecarrega os rins. A enfermidade perde força com o passar dos
dias. A preocupação dos médicos é com os danos que podem causar definitivamente
às funções renais. Atualmente, o casal já teve alta e é monitorado semanalmente
por médicos.
Urina preta
Em fevereiro de 2017, os cearenses
ficaram em alerta com pelo menos dez casos da doença no Estado. À
época, foi chamada de “doença da urina preta”. Pesquisas ligaram o sintoma à
real enfermidade: doença de Haff. Artigos de Antonio Carlos Bandeira, da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Gúbio Soares, também da UFBA, e outros 11
pesquisadores foram publicados sobre o assunto.
Estudos analisaram fezes, urina e sangue de 15
pacientes. Destes, 14 pessoas relataram o consumo de peixe – a maioria olho de
boi (Seriola spp) e badejo (Mycteroperca spp). A 15ª pessoa afirmou ter
ingerido comida baiana, o que possivelmente poderia incluir essas espécies.
Os primeiros casos de doença de Haff foram
descritos em 1924, na Rússia e na Suécia, e envolveram o consumo de diferentes
peixes de água doce. No Brasil, um surto de 27 casos de doença de Haff ocorreu
em 2008, durante 4 meses no estado norte do Amazonas. Os peixes de água doce pacu-manteiga
(Mylossoma duriventre), tambaqui (Colossoma macropomum) e pirapitinga
(Piaractus brachypomus) foram os causadores. (O Povo)
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