O intuito do Ministério Público do Trabalho é zerar o exploração infantil até 2022. FOTO: CID BARBOSA |
Um
levantamento realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em 59
municípios cearenses apontou o setor agrícola e o trabalho doméstico como
recordistas no que diz respeito à exploração infantojuvenil. O estudo revelou
que 9.345 dos 153 mil entrevistados exercem, ilegalmente, uma atividade
econômica no contraturno escolar.
O
diagnóstico esclareceu ainda que 20,48% dos casos foram identificados no setor
agrícola, seguido dos outros 18% que são as crianças ou adolescentes que
trabalham como babás, cuidadores de idosos ou empregadas domésticas. O comércio
representa 14%. Entre os que foram perguntados, 12% estão no setor de serviços,
como oficinas mecânicas, bares, restaurantes e borracharias. A criação de
animais, principalmente, a pecuária, ocupa o quinto lugar.
A
pesquisa foi baseada nos relatos de estudantes do Ensino Fundamental I e II, em
871 escolas da rede pública que participam do Programa Nacional contra a
Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca). Os dados devem
nortear estratégias de prevenção e combate à exploração da mão de obra deles.
Evasão
escolar
De
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os locais
do levantamento foram escolhidos porque mais de 80% das crianças e adolescentes
que trabalham vão às aulas. No entanto, a evasão escolar é três vezes maior,
quando comparadas com as que só estudam.
O
procurador do MPT, Antônio de Oliveira Lima, ressalta que a escola é uma grande
aliada para evitar a situação. "Quando falamos com o educador, estamos nos
referindo a um profissional que lida cinco dias na semana e 200 dias letivos a
cada ano, com as crianças e adolescentes que trabalham", declara,
acrescentando a importância do trabalho de sensibilização e conscientização
para que a situação atual seja modificada.
"Criança
não pode trabalhar em circunstância alguma. Aos adolescentes, é permitido
atividades de aprendizagem, sempre vinculadas a algum tipo de formação, desde
que esteja matriculado no colégio", diz o chefe de escritório do Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Fortaleza, Rui Aguiar.
O
intuito da instituição é zerar o trabalho infantil até 2022, quando o Brasil
completa 200 anos de Independência. "Temos notado que este fato vem
crescendo nas áreas urbanas. Se tivéssemos mais vagas de aprendizagem nas
empresas, aumentaríamos a erradicação dos casos". (Diário do Nordeste)
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