O
Centro de Referência da Mulher (CRM), vinculado à Prefeitura Municipal de
Juazeiro do Norte, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho
(Sedest), realizou de janeiro até setembro 535 atendimentos às mulheres vítimas
de violência doméstica. Desse número, 250 são novos casos registrados e que
receberam o amparo social da Prefeitura Municipal e 285 são casos reincidentes
que foram encaminhados para assessoria jurídica e psicológica.
Recentemente,
o Centro de Referência da Mulher, que está atuando em novo endereço, recebeu a
doação de 12 máquinas de costura de empresa parceira. Os equipamentos foram
doados com o propósito de, através de oficinas, capacitar mulheres vítimas de
violência doméstica e oportunizar a admissão delas no mercado de trabalho
garantindo, assim, a emancipação econômica e resgate da dignidade, muitas vezes
perdida. Os cursos oferecidos pela Sedest, acontecem a mensalmente, no primeiro
andar do novo prédio.
As
vítimas de violência também são encaminhadas para outros cursos
profissionalizantes, em parceria com o Sebrae e palestras em empresas
parceiras, no intuito de garantir a sua emancipação econômica e moral.
Paralelo
ao CRM, os nove Centros de Referência de Assistência Social (Cras) do
município, através dos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos,
também têm proporcionado a autonomia dos grupos de mulheres assistidas, por
meio de oficinas de artesanato, culinária, bem como palestras que tratam do
empoderamento feminino.
Rede
de proteção
Dentro
dos equipamentos socioassistenciais da Secretaria de Desenvolvimento Social e
Trabalho, em parceria com as demais secretarias e empresas privadas, os dez
Centros de Referência de Assistência Social (Cras) do Município, através dos
serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, também têm proporcionado
a autonomia dos grupos de mulheres assistidas, por meio de oficinas de
artesanato, culinária, bem como palestras que tratam do empoderamento feminino.
O objetivo, segundo o secretário Sandoval Barreto, é “promover a equidade de
gênero oferecendo oportunidades através de cursos, treinamentos, palestras e
etc., de forma totalmente gratuita”, afirma.
Casos
de violência
Juazeiro
do Norte ainda é uma das cidades do interior do Ceará, com o maior número de
casos de violência contra a mulher, segundo a titular da Delegacia de Defesa da
Mulher (DDM), Débora Gurgel. Atualmente, o Ceará possui nove delegacias
especializadas em atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. O
município perde apenas para a DDM de Fortaleza em número de registro de
inquéritos instaurados.
Uma
média de 80 a 100 boletins de ocorrência (BO) são realizados por mês, mas,
segundo a delegada, nem todos geram inquérito policial. Para isso, é preciso a
representação da vítima contra o autor. Só assim, ele pode ser responsabilizado
criminalmente. “As vítimas têm procurado mais a delegacia para denunciar, mas
apenas o BO não é o suficiente para punir o agressor e sabemos que a impunidade
alimenta o crime. Se a mulher dá continuidade no processo, ela está se
protegendo e protegendo outras mulheres”, afirma a Delegada.
Analisando
essa realidade e o alarmante números de casos de violência dessa natureza,
todas as segundas-feiras são realizados plantões na DDM de Juazeiro do Norte, o
que tem facilitado a continuidade nos procedimentos, já que o medo, a vergonha
e a falta de acolhimento, são alguns dos fatores que inibem as mulheres de
denunciar. Nesses casos, ter uma rede de proteção e apoio é primordial no
enfrentamento da violência contra a mulher, que não se configura apenas na
agressão física, mas também a psicológica e patrimonial. (Assessoria de Comunicação)
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