Onyx Lorenzoni (centro) e Paulo Guedes (à esq.) são
nomes
confirmados para a Esplanada dos Ministérios. FOTO: AFP
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O
futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) começa hoje a sair do
papel. Às 16h, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa
Civil, se reunirá com o atual ministro da Pasta, Eliseu Padilha, em Brasília.
Ele também deve visitar a sede da equipe de transição, no Centro Cultural Banco
do Brasil.
Bolsonaro
só deve viajar para a Capital Federal na próxima terça-feira, quando deverá se
encontrar com o presidente Michel Temer (MDB) para
tratar da travessia para 2019.
Já
foram escolhidos 80% dos nomes que vão ocupar a Esplanada dos Ministérios, a
partir de 1º de janeiro de 2019, data da posse. Na próxima segunda-feira,
deverá ocorrer o anúncio oficial dos futuros ministros (fala-em em 15 ou 16).
Ontem, foi confirmada a promessa de campanha de reduzir o número de ministérios
(hoje são 29 - eram 39 na gestão de Dilma Rousseff), com base em seu plano de
redução da máquina pública.
O economista
Paulo Guedes será o superministro da Economia, que unirá as pastas da
Fazenda, do Planejamento e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Haverá
ainda a fusão das pastas da Agricultura e do Meio Ambiente. O Ministério das
Cidades, alvo de diversas denúncias nas gestões do PT, também
será extinto.
A
justificativa é que o novo governo vai mudar a forma de interlocução com os
prefeitos e governadores e, por isso, a Pasta não terá mais serventia.
O
objetivo do encontro entre Lorenzoni e Padilha é já levar os nomes da equipe
indicada por Bolsonaro para o governo de transição.
A
lista será entregue a Padilha para publicação no Diário Oficial da União (DOU),
o que permite que os indicados por Bolsonaro comecem a trabalhar com dados do
governo.
Já
circulam críticas sobre as decisões de Bolsonaro. A Confederação Nacional da
Indústria (CNI) criticou, ontem, o fim do Ministério da Indústria e Comércio.
"Tendo em vista a importância do setor industrial para o Brasil, que é
responsável por 21% do PIB nacional e pelo recolhimento de 32% dos impostos
federais, precisamos de um Ministério com um papel específico, que não seja
atrelado à Fazenda, mais preocupada em arrecadar impostos e administrar as
contas públicas", afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em
nota.
A
CNI não foi a única a tecer críticas. O presidente da Associação Brasileira da
Indústria Têxtil e Confecção (Abit), Fernando Pimentel, afirmou que é
"equivocada" a decisão da equipe de Bolsonaro de acabar com o MDIC.
"Não vejo o Brasil dando certo sem uma indústria relevante. Colocar a
indústria como Secretaria ou algo assim é diminuir sua importância",
acrescentou.
Já
o astronauta Marcos Pontes confirmou que aceitou o convite para ser o ministro
da Ciência e Tecnologia. "Assumo o ministério, fico os quatro anos e
depois, eventualmente, posso entrar no Senado para continuar o trabalho dentro
do Congresso", disse.
O
juiz Sérgio Moro, da Lava-Jato, sinalizou, ontem, sobre o convite para o
Ministério da Justiça ou vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, ele
declarou que o convite "será objeto de ponderada discussão e
reflexão". (Diário do Nordeste)
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