FOTO: FÁBIO LIMA
Os hubs aéreo, tecnológico e portuário, polos industriais e políticas de incentivo ao investimento são alguns dos atrativos para novos empreendimentos no Ceará. A discussão que se levanta é como esse ambiente de negócios contribui para o desenvolvimento socioeconômico. Com nove vetores (ver quadro) de crescimento, prontos ou em andamento, já são esperados aportes que ultrapassam R$ 11,6 bilhões e pelo menos 80 mil empregos diretos e indiretos no Ceará.

O Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI) é um fator para esta ambientação de empresas em terras cearenses. O sistema visa desburocratizar e conceder incentivos fiscais a empresas que investem em municípios e têm responsabilidade social. Novos empreendimentos como os hubs aéreo das empresas Air France-KLM/Gol, o marítimo, no Porto do Pecém, em parceria com a holandesa Port of Rotterdam; e o tecnológico, viabilizado pelos cabos de fibra óptica que ligam o Ceará ao mundo instalados pela Angola Cables, reforçam que a região tem uma malha logística favorável.

O cenário, explica o economista Ricardo Coimbra, atrai investidores e gera efeito multiplicador. "Num comparativo do Ceará em relação aos outros estados, principalmente do Nordeste, ele vem conseguindo alavancar o volume de investimentos num patamar bem maior que os vizinhos. Isso faz com que a participação da economia na região se torne mais forte e determinante". Quando uma nova empresa se instala, demanda mão de obra, qualificação destes profissionais e possibilita melhoria na qualidade de vida.

Somente o hub aéreo tem previsão de impactar o Produto Interno Bruto (PIB) cearense em 0,79%, representando R$ 1,05 bilhão na economia, e deve gerar cerca de 80 mil empregos formais e informais no Estado, segundo estudo do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Hoje com 18 mil empregos diretos e indiretos, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) também deve ganhar fôlego com a expansão para receber novas empresas na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE-CE), no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). Mais postos de trabalho dão à população o poder de compra e aquecem setores.

"Uma pessoa que trabalha em uma fábrica, que tem parte da isenção do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICM), pega o salário e compra uma camisa, vai ao supermercado e isso tudo tem imposto. É uma cadeia de benefícios para a sociedade. O emprego é consequência de poupança do investimento", exemplifica o economista Alcântara Macedo.

Outro ponto é o alcance e o desenvolvimento do Interior, a partir de projetos como o Polo Farmoquímico de Guaiúba, com 27 empresas, totalizando 3 mil empregos diretos, além do Distrito Industrial do Cariri e o Polo Multissetorial Metalmecânico do Vale do Jaguaribe, em Tabuleiro do Norte. Segundo o Secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), César Ribeiro, os nove projetos no Estado são voltados para a geração de emprego e renda. "Tem várias frentes, ligadas à inovação e tecnologia, logística, ao desenvolvimento de polos industriais. Essa ambiência que o Ceará tem hoje é importante para trazer investimentos nacionais e internacionais".    (O Povo)

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