FOTO: HELENE SANTOS |
Isso
porque fatores estruturais, econômicos e climáticos influenciam. A estiagem é
um deles. Se não tem chuva abastecendo os reservatórios, são aplicadas medidas
para contenção do consumo e busca de outra fonte de geração de energia.
Entre
os métodos de contenção estão as bandeiras tarifárias, implantadas por
Regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2015. Quando
o nível dos reservatórios está bom, é aplicada a bandeira verde; mediano vigora
a amarela, crítico e grave é usada a vermelha em dois patamares. O aumento na
conta de luz vai de R$ 0,010 a R$ 0,050 a cada 100 quilowatt-hora kWh
consumido.
Em
abril último, a tarifa média começou a vigorar no Brasil. A partir de junho, a
bandeira vermelha passou a impactar na conta e tem sido aplicada desde então.
Outro fator que puxou o aumento neste ano foi a tarifa social, desconto de até
65% concedido a famílias baixa renda. O custo deste benefício é de R$ 16
bilhões, destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). No entanto,
quem está pagando pelo subsídio é o consumidor.
A
inflação também encareceu a despesa. Na passagem de agosto para setembro, a
conta de luz aumentou 0,46% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA). Esses acréscimos foram sentidos em dobro pela microempreendedora Lene
Farias, 27. Ela depende da energia seu salão de beleza, no bairro Maraponga.
"Há uns três meses, levei um susto grande quando a conta chegou". O
jeito foi economizar em casa e mudar os hábitos. A empreendedora passou usar
menos ventilador e outros eletrodomésticos.
E
os preços podem subir ainda mais em 2019 com a ativação de termelétricas,
usinas utilizadas para dividir a distribuição de energia com as hidrelétricas.
Algumas são movidas a óleo diesel, o que gera custos adicionais ao consumidor.
Ontem, a reportagem mostrou que
há uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) para o funcionamento da
usina Termofortaleza, da Enel, por 90 dias. Se acionada, o custo da produção
será repassado ao consumidor. "Tem muitas outras térmicas em operação,
inclusive algumas que já tiveram seus contratos encerrados e o MME está
querendo que elas voltem a operar", explica Jurandir Picanço, consultor em
Energia. (O Povo)
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