A cidade do Cariri cearense é tomada por barracas em vários
bairros neste período do ano. FOTO: Antônio Rodrigues
Criada pelo Padre Cícero para estimular a visitação de romeiros e seus entes queridos sepultados em Juazeiro do Norte, a Romaria de Finados se tornou a maior do Município. De 28 de outubro a 2 de novembro, são estimados mais de 300 mil pessoas em passagem pela cidade. Ao contrário da Romaria de Nossa Senhora das Dores, que concentra os romeiros na região próxima à Basílica, nestes cinco dias, os visitantes ocupam vários pontos da cidade criando grandes feiras livres.

No entanto, é nas proximidades do Santuário de São Francisco, a popular Igreja dos Franciscanos, o maior mercado dessa época. Aos montes, dezenas de comerciantes se amontoam nas ruas e praças. A mercadoria é exposta em barracas e no próprio chão. Os comerciantes improvisam redes para descansar enquanto um cliente aparece. Com o forte calor, água congelada é encontrada aos montes além dos tradicionais chapéus de palha.

Os romeiros costumam comprar, principalmente, redes, cobertores, artigos religiosos, pomadas, roupas, panelas de alumínio e rapadura. Muitos destes produtos são trazidos por comerciantes de fora do Município que vão até Juazeiro do Norte para aumentar sua renda. E isso dá certo, já que os visitantes costumam comprar estes produtos para levar de presente ou até revender em suas cidades.

Há seis anos vendendo em Juazeiro do Norte, o comerciante Pedro Gelson da Silva percorre cerca de 320 km de São Bento (PB), a "Capital da Rede", para a Terra do Padre Cícero. "A gente está se ajeitando ainda. Está meio parado. Mas todas as vezes que a gente veio, valeu a pena". Além da rede, comercializa cobertores e toalhas de banho fabricados em sua cidade. O preço varia de R$ 20 a R$120,00.

"Os romeiros querem as redes melhores", afirma. De lá, segue para eventos religiosos também em Canindé e Vargem Grande (MA). "As atividades são essas mesmas. Não tem outro emprego. Quem não tem, inventa", admite.

Lotadas
A partir desta quarta-feira (31), o movimento em Juazeiro do Norte aumenta consideravelmente. Até sexta, as ruas devem ficar ainda mais lotadas. É com essa esperança que a juazeirense Nalva Martiniano espera melhorar suas vendas que considera "fracas", neste ano. "Está diminuindo o número de pessoas", percebe. Há mais de 20 anos ela revende roupas que compra em Fortaleza e Caruaru (PE). É disso que tira o sustento. "Espero que possa melhorar".    (Diário do Nordeste)

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