Juremir Machado considerou o fato de não poder fazer perguntas "humilhante" |
Depois
de ter sido chamado
de "anticristo" pelo deputado Paulo Pimenta
(PT-RS), Bolsonaro ironizou o apelido e disse que só se for porque, para os
petistas, Lula é Deus.
"O
Lula é o Deus pra eles, e como eu sou o oposto do Lula, eu acho que eu sou o
anticristo no tocante anti-Lula. O cidadão não tem nada na cabeça",
afirmou.
Bolsonaro
voltou a criticar o fato de o PT ter em seu programa de governo um plano para
o controle social da mídia.
Segundo ele, a proposta seria para controlar quem pode ser o entrevistador e o
entrevistado.
"Ou
seja, eles querem que você, para entrevistar alguém, esse alguém não pode ser
qualquer um. E mesmo assim tem que conduzir qual o tipo de perguntas que você
vai perguntar e responder. É o controle social que existe em Cuba, por exemplo.
Lá só tem uma imprensa, como a Coreia do Norte e outros países comunistas que
temos por aí. Esse é o PT, e eu sou oposição a esse tipo de tratamento",
afirmou.
Apesar
da presença de outros apresentadores no estúdio, a entrevista foi conduzida
somente pelo âncora Rogério
Mendelski, que ao fim disse ter sido uma "condição do
candidato".
A
situação levou um dos apresentadores, Juremir
Machado, a se
demitir ao vivo do programa. "Nós podemos dizer que o
candidato nos censurou?", perguntou.
"Não,
eu não diria isso", disse o âncora, que agradeceu pelo silêncio no estúdio
durante a entrevista.
"Então
por que que nós não podíamos fazer perguntas? Eu achei humilhante e por isso
estou saindo do programa. Foi um prazer trabalhar aqui dez anos", disse
Juremir ao se demitir.
Mendelski
mostrou-se surpreso
com a reação e disse que não poderia fazer nada.
"Desculpe, eu não tenho que dizer nada, foi uma condição do
candidato", afirmou.
Folha
O
candidato do PSL voltou a criticar
a Folha de S.Paulo, classificando o jornal como "a grande
origem de fake news do Brasil".
Ele
citou as reportagens feitas pelo jornal no início do ano, que revelaram a
existência de uma funcionária
fantasma em seu gabinete, Walderice Santos.
A
Folha de S.Paulo baseou as reportagens sobre a funcionária fantasma em diversos
indicativos, entre eles duas visitas à Vila Histórica de Mambucaba, distrito de
Angra dos Reis (RJ) com pouco mais de mil habitantes, local em que a suposta
servidora de gabinete mora.
Todos
os moradores da pequena vila que foram entrevistados em janeiro e agosto
disseram nunca
ter ouvido falar de qualquer atividade legislativa de
Walderice.
"Essa
é a Folha de S.Paulo, que potencializa porque realmente eu sou uma ameaça à
corrupção", disse.
O
presidenciável criticou também reportagem da Folha de S.Paulo da última semana,
mostrando a atuação de empresários
para impulsionar notícias falsas sobre seu adversário,
Fernando Haddad (PT), no WhatsApp.
"Foi
a Folha que inventou que eu teria participação junto com empresários gastando
aí até R$ 12 milhões cada um para impulsionar fake news contra o PT aqui no
Brasil", disse.
Reportagem
da Folha de S.Paulo publicada na quinta-feira (18) mostrou que empresas estavam
comprando pacotes de disparos
em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp e preparavam
uma grande operação para esta semana.
O
tema tornou-se alvo de apuração da Polícia Federal, que abriu investigação após
pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. (Folhapress)
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