Nos últimos cinco anos, os fruticultores investiram em aquisição
de modernos sistemas de irrigação por gotejamento e microaspersores.
FOTO: Honório Barbosa
Queda da produção, do preço de comercialização, ausência de compradores e escassez de água. Esse é o cenário de crise que os produtores de banana enfrentam em Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará. O município é um dos importantes centros produtores da fruta com cerca de 400 agricultores de base familiar e 500 hectares irrigados. 

O quadro vem desanimando os fruticultores e alguns já reduziram a área de cultivo ou mesmo abandonaram a atividade, substituindo por cultivo de macaxeira. Para a maioria, a situação agravou-se com a perda ocasionada por ventanias em três anos seguidos. 

Fruticultor há 30 anos, Josivan Dantas da Silva, é produtor de banana nanica (casca verde) e pacovan. “Nos últimos quatro meses, o preço caiu cerca de 30%. O pior é que os compradores que levavam a fruta para fábricas de doce na Paraíba e Pernambuco não aparecem mais com regularidade e muitas bananas se perdem na roça”, avisa.

Em uma área de seis hectares, Silva produzia por semana cerca de 12 milheiros de banana. “Agora a produção caiu para sete milheiros e tenho dificuldades de irrigar e de vender”, pontua. A persistir o quadro, o município vai sofrer mais um baque em um setor da economia agrícola que gera emprego e renda para milhares de famílias.

Produção
De acordo com levantamento da Secretaria de Agricultura do Município, Iguatu detém o terceiro maior núcleo de produção de banana no Ceará. “Só está conseguindo vender, quem já tem mercado externo, transporte próprio, para fábricas de doce e distribuidores locais”, observa o produtor rural, Ivo Antunes.
“O preço caiu e os atravessadores sumiram”. Novas áreas de produção em outros Estados surgiram a partir do uso de irrigação localizada, moderna, com micro aspersão, que exige pouca água. 

O técnico da Secretaria de Agricultura do Município, José Teixeira Neto, confirma que os produtores que não têm canal de escoamento passam por dificuldades, mas ressalta que o setor vai superar dificuldades. 

“Esperar para vender na roça não está dando mais certo e os mais afetados são os produtores de banana nanica. Quem tem rota continua vendendo para cidades da região Centro-Sul, Inhamuns e Sertão Central”, pondera.    (Diário do Nordeste)

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