FOTO: Diego Nigro |
No
Ceará, o número de casos confirmados entre 2017 e outubro desse ano, aumentou
62,9%, passando de 27 para 44. Foram registradas quatro óbitos e em 2018, até
agora, já são nove. E o mais chama atenção: todas em Fortaleza. As informações
são da mais recente Planilha de Doenças de Notificação Compulsória, da Sesa,
referentes à Semana 44, de um total de 56 semanas do ano.
O
boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que o Brasil soma em dez
meses do ano, 1.8 mil confirmações da doença. No Nordeste, Pernambuco lidera,
com 139 casos; o Ceará, em segundo, com 44; e a Bahia, com 40 ocorrências. No
Brasil São Paulo soma 317 registros positivos para a doença.
Os
sintomas da leptospirose são mal-estar, febre, dor de cabeça e no corpo,
principalmente na batata da perna. “Quem apresentar esses sinais deve procurar
atendimento médico com urgência para a administração de antibióticos. O período
de incubação da doença é de até 30 dias, mas os sintomas podem se manifestar
logo nos primeiros dias depois do contato com a água contaminada”, explica o
infectologista Anastácio Queiroz.
Durante
as enchentes, a urina dos ratos, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à
enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama pode
infectar-se. As leptospiras penetram no corpo pela pele, principalmente por
arranhões ou ferimentos, e também pela pele íntegra, imersa por longos períodos
na água ou lama contaminada. O contato com esgotos, lagoas, rios e terrenos
baldios também pode propiciar a infecção. Veterinários e tratadores de animais
podem adquirir a doença pelo contato com a urina, sangue, tecidos e órgãos de
animais infectados.
Os
casos leves são tratados em ambulatório, frisa o médico, mas os casos graves
precisam ser internados. A automedicação não é indicada, pois pode agravar a
doença. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um médico e relatar o
contato com exposição de risco.
Entre as
medidas de prevenção
Obras
de saneamento básico (drenagem de águas paradas suspeitas de contaminação, rede
de coleta e abastecimento de água, construção e manutenção de galerias de
esgoto e águas pluviais, coleta e tratamento de lixo e esgotos,
desassoreamento, limpeza e canalização de córregos), melhorias nas habitações
humanas e o controle de roedores;
É
importante evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que
crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de
lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha
(ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés);
A
água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) mata as leptospiras e deve ser
utilizada para desinfetar reservatórios de água: um litro de água sanitária
para cada 1.000 litros de água do reservatório. Para limpeza e desinfecção de
locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada, a
orientação é diluir um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água,
deixando agir por 10 minutos;
Controle
de roedores – acondicionamento e destino adequado do lixo, armazenamento
apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d´água, vedação de
frestas e aberturas em portas e paredes, etc. O uso de raticidas (desratização)
deve ser feito por técnicos devidamente capacitados. (Diário do Nordeste)
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