FOTO: Valéria Alves
Um bebê foi deixado em uma caixa de papelão, enrolado em lençóis, na porta da igreja do distrito de Iara, na zona rural do município de Barro, região do Cariri, na tarde desta quinta-feira (15). A criança tem de três a cinco dias de vida, e foi encontrada pelo pároco da cidade, padre Valderi Tavares. 

“Estava chegando em casa depois de uma reunião do conselho pastoral, pra almoçar, e quando parei o carro já vi que tinha algo estranho na porta da igreja, imaginei ser uma pessoa dormindo, mas no sol quente pensei que não era hora de tá ali, estava coberta com lençol”, contou o padre.

O Conselho tutelar foi acionado e levou o bebê para receber atendimento no hospital de Brejo Santo. De acordo com a enfermeira que atendeu a criança, Marquesa Rolim, o menino apresentou baixo peso. Ele foi avaliado por um pediatra que, levando em consideração as condições em que o recém-nascido foi encontrado, avaliou o bebê como estável.

A conselheira tutelar Maria da Conceição Marques afirmou que a criança foi abandonada sem nenhum documento ou registro de idade.

Bebê abandonado em porta de igreja em Barro
“A criança está na nossa guarda, trouxemos pra delegacia de Brejo Santo porque se caracteriza crime de abandono de incapaz, fizemos todos os procedimentos e agora estamos no hospital infantil para uma análise dessa criança pra ter certeza de como está o estado de saúde dela, a possível data de nascimento. Não foi deixado nada pra que a gente pudesse ter certeza disso”, informou.

O padre batizou o recém-nascido como Daniel, em referência à história bíblica de “Daniel na cova dos leões”, e manifestou interesse em adotar o menino. Mas, de acordo com a conselheira tutelar, no fórum da cidade existe uma relação de pessoas na fila para adoção e o caso vai ser apresentado ao juizado para passar por todos os procedimentos legais quanto à adoção provisória e definitiva. Até lá, o bebê fica sob a guarda do Conselho Tutelar.

“Me sinto responsável por ele, desejava até adotar a criança, mas depende do conselho tutelar, da minha congregação, do juiz, não sei se sou a pessoa ideal. Mas quero acolher, cuidar, e muitas pessoas estão querendo a mesma coisa”, destacou o padre.

Com a repercussão na cidade, a comunidade se manifestou doando fraldas, roupas e leite.   (Diário do Nordeste)

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