Um
engenheiro cearense, especialista em energia, foi escolhido para compor a
equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Natural de
Fortaleza, Luciano
Irineu de Castro Filho, 45, foi convidado pelo futuro ministro
da Economia, Paulo Guedes, figura central na composição do Governo do militar
reformado, e já participa de reuniões em Brasília com o restante do grupo, para
o alinhamento das ações durante a troca de comando. Ele foi um dos primeiros
nomes anunciados para a equipe de Bolsonaro, que pode chegar a 50 integrantes.
Em
entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares, Luciano de Castro revelou que o
convite para auxiliar no processo de transição surgiu de uma apresentação que
fez para Guedes sobre os problemas do setor de energia e as possíveis soluções. Com
uma série de pesquisas e trabalhos realizados nos Estados Unidos, Espanha,
Colômbia e Brasil, o engenheiro foi chamado por um integrante da campanha
presidencial. “Ele gostou (Paulo Guedes) e me convidou para integrar a equipe,
apontando-me o responsável por esta área”, disse.
Continuidade
Luciano
de Castro será o responsável por preparar a transição para o novo governo na
área de energia, mapeando as fragilidades
e as estratégias para evolução do setor. Alguns nomes da
equipe transitória devem permanecer atuando junto ao Palácio do Planalto. O
engenheiro acredita que definições devem sair nas próximas semanas e não
descarta permanecer ao lado de Paulo Guedes. “É possível sim, mas será uma
decisão do presidente, no seu momento oportuno”, afirmou.
José
Walter
Luciano
de Castro nasceu na capital cearense, quando a família morava no bairro José
Walter, até se mudar para o município de Cascavel. Estudou sete anos no Colégio
Militar de Fortaleza e foi o primeiro
cearense a representar o Brasil em uma Olimpíada
Internacional de Matemática, na China, em 1990. Engenheiro formado pelo
Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), serviu por cinco anos no Comando da
Aeronáutica, fez mestrado e doutorado em economia matemática no Instituto de
Matemática Pura e Aplicada (Impa). O interesse pelo setor de energia aumentou
em 2005, segundo ele, quando acompanhou o desenvolvimento dos leilões de
contratos de energia no novo modelo do setor elétrico, no primeiro Governo
Lula.
Fora do
Brasil
O
engenheiro e professor universitário fez um caminho profissional pouco comum.
Quando muitos buscam universidades dos EUA para estudar economia e voltam para
ensinar no Brasil, Luciano teve formação nacional e viajou para lecionar fora
do país. A saída aconteceu após os cinco anos obrigatórios na Força Aérea
Brasileira (FAB), quando pediu demissão para seguir carreira acadêmica. “Fui
primeiro professor visitante na Universidad Carlos III de Madrid. Depois,
consegui ir para o mercado acadêmico nos Estados Unidos. Em 2007, recebi
ofertas dos departamentos de economia da University of Illinois e da
Pennsylvania State University, e acabei optando pela primeira”, diz.
Em
2009, recebeu oferta para lecionar na University of Pennsylvania e na
Northwestern University (Kellog School of Management) e cinco anos depois
migrou para a University of Iowa, onde está até hoje na área econômica. (Diário
do Nordeste)
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