Além
da decisão de acabar com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
Serviços, o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, pode contrariar o
setor industrial em outro ponto: a abertura comercial. A equipe de transição
trabalha hoje com três propostas nessa área, que têm como ponto comum a
redução, voluntária e unilateral (ou seja, sem exigência de contrapartidas) das
tarifas de importação para diversos produtos.
Segundo
apurou o Estadão/Broadcast, já
está certo que a redução das tarifas será feita aos poucos e junto com uma
reforma tributária, o que se avalia que ajudaria a melhorar o
ambiente de negócios. A redução unilateral das tarifas, porém, encontra forte
resistência dentro do setor industrial.
Para
Confederação Nacional da Indústria (CNI), a abertura deve ser feita por meio de
acordos comerciais que prevejam alguma contrapartida para o País.
“Somos
a favor da abertura, desde que seja por meio de acordos internacionais”, disse
o presidente da CNI, Robson Andrade. “Abertura unilateral, que benefício tem?”
Ele defende que o Brasil receba algo em troca pela abertura de seu mercado. Por
exemplo, novas tecnologias e inovações".
Para
Andrade, se as tarifas forem reduzidas abruptamente, o resultado pode ser a
perda de investimentos que seriam feitos no País por empresas estrangeiras. Ele
contou que esteve recentemente em Israel. “Lá tem milhares de startups
interessadas em vir para cá”, disse. “Mas, se elas puderem exportar para cá,
elas não virão.” Israel e as tecnologias desenvolvidas naquele país são objeto
de admiração de Jair Bolsonaro.
(Estadão)
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