Mansueto
Almeida, secretário do Tesouro Nacional, afirmou
que, sem a reforma da
Previdência, não há ajuste fiscal no País.
FOTO: Ministério da Fazenda
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O
secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse nesta quinta-feira,
22, que, para além da reforma da Previdência, outras medidas
serão necessárias para complementar o ajuste fiscal e assegurar o fim da
trajetória crescente da dívida pública brasileira, entre elas,
o fim da atual política de valorização do salário mínimo (SM).
"Eventualmente
será necessário rever a política do salário mínimo. Se ele continuar crescendo,
a gente tem que ver como financiar isso", disse Mansueto, que participa do
Macro Day BTG Pactual sobre Perspectivas e Cenário Macroeconômico 2019, em São
Paulo.
Para
o secretário do Tesouro, a política de valorização tem aproximado o salário
mínimo da renda média do Brasil, o que é errado. "Quem tem produtividade
maior precisa ganhar melhor, até como forma de reter trabalhadores",
defendeu.
Mansueto
criticou a indexação do salário mínimo e de outros benefícios e deu como
exemplo o Bolsa Família, "que é o programa mais bem focalizado e custa
0,5% do PIB". Por outro lado, ponderou que a discussão não será fácil.
"O Brasil nunca fez, desde 1988, um ajuste via corte de despesas",
lembrou.
'Sem
reforma da Previdência, não há ajuste fiscal'
O
secretário, que continuará no cargo no governo do presidente eleito Jair
Bolsonaro (PSL), também afirmou que, sem a reforma da Previdência, não há
ajuste fiscal. Já se o texto passar no Congresso e Bolsonaro conseguir avançar
com sua agenda, incluindo medidas para melhorar o ambiente de negócios, o
Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode crescer acima de 3% ao ano.
Mansueto
ressaltou que medidas aprovadas pelo governo de Michel Temer, como a que fixa
um teto para a alta dos gastos públicos, fazem com que o novo governo já comece
tendo que fazer um ajuste fiscal, ou vai precisar burlar as regras. O teto,
disse ele, dá mais realidade ao Orçamento Federal, pois já fixa um limite para a
alta da despesa no próximo ano.
Historicamente
no Brasil, disse Mansueto, sempre se tentou fazer o ajuste fiscal pelo lado da
carga tributária, elevando impostos. O governo Temer, dada a elevada carga
tributária, tentou fazer pelo lado da despesa, com corte de gastos. Mas este
tipo de ajuste é gradual e, ressaltou o secretário, o mercado aceita este
gradualismo. (Estadão)
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